Mulheres Líderes da Indústria Esportiva: Roberta Coelho, CEO do MIBR 

Roberta Coelho é uma das poucas mulheres no comando de uma grande organização de e-Sports no Brasil. Aos 45 anos, a carioca é economista, trabalhou em multinacionais, foi diretora financeira do Rock in Rio e, após alcançar o posto de novos negócios e ter seu primeiro contato com o universo dos games, ocupa o cargo de CEO do MIBR desde 2021.

A equipe é multicampeã em diversas modalidades de esportes eletrônicos e contempla times 100% femininos nas modalidades de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e Valorant.

“Tenho orgulho em dizer que o MIBR é feito por meninos e meninas, em igual número”, destacou. 

Segundo a empresária, quando se compara a atualidade ao cenário de cinco anos atrás, muitas barreiras de gênero vêm sendo derrubadas nessa área.

“A quantidade de times femininos de grandes organizações hoje é muito maior. E a quantidade de meninas olhando para esse universo como objeto de desejo também é muito diferente”, afirmou.

De acordo com Roberta, o MIBR, fundado em 2006, é um dos primeiros times do mundo a investir na cena feminina competitiva.

“O primeiro time feminino do MIBR é de 2010”, recordou.

Em 2012, entretanto, a organização fechou as portas por um período de seis anos, retornando com equipes femininas em 2021 para competir na Girls League, competição que, coincidentemente, foi criada pela própria Roberta.

“Desde então, botamos os dois pés no universo feminino para não sair nunca mais”, enfatizou a CEO.  

Auxílio dentro e fora das arenas

Segundo Roberta, o MIBR tem aumentado seus investimentos em talentos femininos. 

“Tento proporcionar às meninas toda a infraestrutura necessária, dentro e fora dos servidores. Fornecemos um corpo de psicólogos de alta performance, passando por nutricionistas, preparadores físicos e fisioterapeutas”, comentou.

Além disso, Roberta lembrou que a equipe desfruta de uma estação de treinamento para que as jogadoras possam treinar juntas, acompanhadas de analistas de desempenho. 

Apesar de todos estes avanços, ela sabe que a jornada em busca da igualdade entre os gêneros está longe de ser concluída.

“Estamos vendo muita evolução, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Vivemos em uma sociedade em que game é coisa de menino. As famílias pensam dessa forma. As meninas e os meninos crescem ouvindo isso. Essa mudança tem que ser feita ainda na base”, analisou. 

Ao olhar para o futuro, Roberta enxerga que a missão de criar uma equipe feminina está cumprida. Agora, a executiva pensa em investir em times mais diversos e inclusivos. 

WIBR

Em agosto de 2022, Roberta liderou o lançamento da Women in Brazil (WIBR), com o objetivo de incubar e desenvolver talentos de pessoas que se identificam com o gênero feminino e que queiram trabalhar com games. De acordo com a CEO, a ideia nasceu como uma plataforma, mas, atualmente, está tomando forma de um movimento. 

Hoje, a WIBR possui uma rede de mais de 30 parceiros e conta com seus próprios canais de comunicação. Em suas redes sociais, são abordados conteúdos sobre empoderamento da mulher por meio dos games, inspiração e encorajamento. 

“Recentemente, criamos várias ações: lançamos uma linha de camisetas e estamos organizando um leilão com artistas plásticos que fizeram intervenções nas peças. Toda a receita advinda deste leilão será destinada ao ‘Power 4 Girls’, que é um projeto que estimula meninas de escolas públicas do Brasil inteiro, em projetos de criatividade e inovação, a serem empreendedoras e as novas líderes do futuro”, explicou.

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