Principal competição de clubes da América do Sul, a Copa Libertadores chega ao fim de sua 65ª edição vivendo uma situação paradoxal. Pelo sexto ano consecutivo, a competição de clubes promovida pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) será vencida por um time brasileiro.
Atlético-MG e Botafogo farão a grande final, que será realizada a partir das 17h (horário de Brasília) deste sábado (30), no Estádio Mâs Monumental, em Buenos Aires, na Argentina.
De 2019 até agora, foram quatro decisões entre clubes brasileiros. Mas, ao mesmo tempo em que vai sendo dominada pelo verde e amarelo dentro de campo (tornando-se quase que uma versão de luxo do Brasileirão), a Copa Libertadores se consolida cada vez mais como um produto global.
Nos últimos anos, a Conmebol conseguiu avançar nos acordos de direitos de transmissão, levando, dessa forma, sua principal competição de clubes para todos os recantos do planeta.
Para tanto, a entidade realizou um investimento de US$ 51,7 milhões (R$ 311 milhões, pela cotação atual) em comissões voltadas à comercialização dos direitos audiovisuais e à distribuição internacional do torneio, para o ciclo de 2023 a 2026.
Atualmente, os principais parceiros de mídia ao redor do mundo são Paramount e ESPN, garantindo que a Copa Libertadores atinja espectadores em 200 países, incluindo o oeste da Ásia e o norte da África, em nações árabes como Omã, Síria, Líbia e Iêmen.
De acordo com Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, a audiência da Copa Libertadores registrou um aumento de 48% no mundo neste ano.
Brasil domina bilheteria
A 65ª edição da Copa Libertadores registrou o maior faturamento com bilheteria do torneio nos últimos seis anos. Considerando-se que a final em Buenos Aires poderá ter casa cheia, a competição continental deverá atrair mais de 3,9 milhões de torcedores em 2024, com uma arrecadação acumulada de US$ 39,2 milhões (R$ 235,8 milhões), relativa à venda de ingressos.
A quantia supera a da edição do ano passado, que levou 3,87 milhões de pessoas aos estádios e faturou US$ 38,6 milhões (R$ 232,22 milhões) em bilheteria. Os números demonstram a recuperação do futebol sul-americano pós-pandemia de Covid-19. Em 2022, por exemplo, a arrecadação com ingressos no torneio ficou em US$ 23 milhões (R$ 128,37 milhões).
Aquele foi o primeiro ano em que os estádios abriram de maneira plena e sem interrupções para as competições no continente após a pandemia.
Apesar dos bons resultados, os números com bilheteria em 2024 ainda estão ligeiramente abaixo dos verificados em 2018, ano em que a Copa Libertadores registrou o recorde de arrecadação nessa área, com US$ 39,8 milhões (R$ 239,44 milhões) faturados com a venda de ingressos.
Vale observar que o Brasil tem sido o grande responsável por turbinar as receitas de bilheteria da Copa Libertadores nos anos recentes. No ano passado, por exemplo, os brasileiros gastaram US$ 16,5 milhões (R$ 99,27 milhões) na compra de entradas para jogos do torneio.
Individualmente, porém, o River Plate, da Argentina, foi quem mais faturou com venda de ingressos, alcançando a quantia de US$ 4,5 milhões (R$ 27 milhões).
O clube de Buenos Aires é dono do Mâs Monumental, que hoje é o maior estádio de futebol da América do Sul, com capacidade para 85 mil torcedores. Esse, aliás, foi um dos fatores decisivos para a escolha do local como sede da final deste ano por parte da Conmebol.
Premiação definirá o “campeão das finanças” no Brasil
Além do troféu da competição, a vitória na partida deste sábado (30) garantirá a um dos finalistas da Copa Libertadores o título simbólico de “campeão das finanças” no Brasil, como a equipe que mais faturou premiações em dinheiro na temporada.
Atlético-MG e Botafogo traçaram caminhos distintos até chegarem à final da Copa Libertadores, fato que afetará as premiações finais pagas a cada um dos clubes.
A equipe carioca entrou na competição na segunda fase preliminar (conhecida como Pré-Libertadores). A Conmebol pagou US$ 500 mil para equipes que disputaram essa etapa e US$ 600 mil para quem jogou a terceira. Considerando-se a cotação atual, o Botafogo levou para casa pouco mais de R$ 6,4 milhões.
O Atlético-MG, por seu turno, ingressou na competição diretamente na fase de grupos. Tanto o Galo quanto o Fogão receberam da Conmebol US$ 1 milhão a cada vez que realizaram um jogo na condição de mandantes. Como ambos jogaram três vezes em casa, faturaram US$ 3 milhões.
Além disso, a entidade ofereceu um acréscimo de US$ 330 mil por vitória alcançada na fase de grupos. O Atlético-MG ganhou cinco vezes, totalizando US$ 1,65 milhão. Já o Botafogo venceu apenas três vezes, alcançando US$ 990 mil relativos ao mérito esportivo.
Dessa forma, a equipe mineira terminou a fase de grupos da Copa Libertadores com cerca de R$ 27,15 milhões em premiações, ao passo que o time carioca somou R$ 29,7 milhões, sendo R$ 23,3 milhões dessa etapa e R$ 6,4 milhões das preliminares.
A partir daí, cada uma das equipes acumulou US$ 1,25 milhão nas oitavas de final, US$ 1,7 milhão nas quartas e US$ 2,3 milhões nas semifinais. Esse montante equivale a R$ 30,65 milhões.
Sendo assim, a Copa Libertadores já rendeu R$ 57,8 milhões ao Atlético-MG e R$ 60,35 milhões ao Botafogo. Na final, os prêmios aumentam de maneira significativa. O vice levará para casa US$ 7 milhões (R$ 40,8 milhões), enquanto o campeão ganhará US$ 23 milhões (R$ 134 milhões, aproximadamente).
Caso o Atlético-MG seja campeão, poderá alcançar R$ 191 milhões em prêmios na competição continental. Já o Botafogo tem a chance de atingir a marca de R$ 194,35 milhões na competição.
Se a equipe mineira terminar como vice, ganhará R$ 98,6 milhões, enquanto o time carioca levará R$ 101,15 milhões para casa, caso perca a final.
Vale lembrar que o Atlético-MG já tem garantidos R$ 51,135 milhões pelo vice-campeonato da Copa do Brasil 2024, cujo título ficou com o Flamengo.
Por outro lado, o Botafogo poderá faturar entre R$ 50 milhões (caso seja campeão) e R$ 47,5 milhões (caso seja vice) na Série A do Campeonato Brasileiro. O clube lidera a competição nacional com 73 pontos, três a mais do que o Palmeiras, segundo colocado.
Patrocinadores
A lista de patrocinadores da Copa Libertadores 2024 conta com diversas marcas de atuação global. São elas: Amstel, Sportingbet, Coca-Cola, Crypto.com, EA Sports, Hyundai, Mastercard Priceless, Mapfre, Mercado Livre e TCL.
Os parceiros oficiais da competição da Conmebol são: DHL, Powerade, Puma e Absolut Sport. Por fim, a entidade também possui contrato de licenciamento com a Panini.