O jogo entre Flamengo e Fluminense, disputado nesta quinta-feira (17) e válido pela 30ª rodada do Brasileirão, terminou com vitória dos tricolores por 2 a 0. No entanto, além do clássico em si, recheado de rivalidade, o duelo também serviu para chamar a atenção do público para uma questão que vai muito além do futebol.
Antes da partida, durante o aquecimento dos jogadores no Maracanã, 12 jovens entraram em campo com máscaras respiratórias em homenagem aos brigadistas que apagaram os incêndios ocorridos no país nos últimos meses. Todos estavam vestidos com o uniforme do Terra Futebol Clube (ou Terra F.C.), além de carregarem mensagens de alerta e incentivo à causa.
Lançado no Brasil em agosto, o projeto pretende inspirar clubes e torcedores em prol de mudanças positivas no planeta. À época, os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, incluindo, claro, Flamengo e Fluminense, declararam apoio à iniciativa. A ideia central do Terra F.C. é aumentar os compromissos governamentais e individuais contra as alterações climáticas e a favor da proteção da natureza.
Ainda antes do jogo, um vídeo-manifesto foi transmitido no telão do Maracanã, explicando a iniciativa e convocando os torcedores a deixarem a rivalidade entre clubes de lado para se unirem ao time do Terra Futebol Clube.
A ação fez parte de um outro projeto, criado em parceria com a ONG brasileira Onda Solidária e a britânica Count us in, que atuam em prol da educação ambiental e da sustentabilidade, além da agência Isla, que é uma rede independente.
“O time é fictício, mas nasce com o objetivo real de unir clubes e torcidas contra um adversário comum, as mudanças climáticas, e alertar que, se não existe planeta, não existe futebol”, afirmou Ricardo Calçado, da Onda Solidária.
De acordo com o Terra F.C., os próprios jogadores de futebol já sofrem com os efeitos do calor excessivo, que pode prejudicar a performance nos treinos e nos jogos. Além disso, o futebol nacional foi bastante prejudicado pelas consequências das chuvas torrenciais ocorridas no primeiro semestre e que deixaram o Rio Grande do Sul debaixo d’água. Só na Série A, diversos jogos de Grêmio, Internacional e Juventude precisaram ser adiados.
Vale destacar que a indústria global do esporte tem a sua parcela de participação na situação climática marcada pela produção de mais de 30 milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente, aproximadamente o equivalente ao total de emissões geradas pela Dinamarca, segundo dados publicados este ano pela plataforma de notícias e dados ambientais Earth.Org.