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Goiás atinge R$ 40 milhões com patrocínios e mira atrair mais parceiros com Série B

Liderado por Jessica Rezende, departamento de marketing fechou o maior contrato de patrocínio máster da história do clube

Goiàs vechou com Viva Sorte Bet o maior patrocínio máster da história do clube - Divulgação

Goiás fechou com Viva Sorte Bet o maior patrocínio máster da história do clube - Divulgação

O Goiás conseguiu garantir a arrecadação de R$ 40 milhões em patrocínios para esta temporada, número que pode crescer para R$ 43 milhões, caso atinja determinadas metas de desempenho. Neste ano, a equipe já assinou seu maior contrato de patrocínio da história com a Viva Sorte Bet, que passou a ocupar a área mais nobre da camisa.

A Viva Sorte, outra empresa do grupo, também tem exposição na região do esterno. No uniforme, o Goiás também acertou contratos com 5G Energia Solar (clavícula), Cristal Alimentos (mangas), Unimed (barra traseira) e TIK+ (número da camisa).

“Estamos em negociação com uma empresa para ocupar a parte superior das costas”, contou Jessica Rezende, diretora de marketing e comunicação do Goiás, em entrevista à Máquina do Esporte.

Por ora, é a única propriedade livre no uniforme do clube, que estreia nesta sexta-feira (4) na Série B do Campeonato Brasileiro, às 19h (horário de Brasília), contra o Amazonas, no Estádio da Serrinha, em Goiânia (GO).

“Estamos estudando a procura do mercado para abrir a possibilidade de negociar espaços no calção e no meião. Nesse caso, será uma marca em cada um”, revelou Jessica.

Machismo

A executiva é uma rara mulher ocupando o cargo de diretora de marketing no futebol brasileiro, função bem mais comum entre os homens.

“É desafiador. O futebol, de fato, ainda é um ambiente muito machista. Soltamos um vídeo sobre machismo [nas redes sociais] e foi a primeira vez que eu dei as caras. Sou uma pessoa boa de comunicação, mas esta é a primeira entrevista que estou dando”, afirmou Jessica.

Em fevereiro, o Goiás divulgou uma campanha exaltando a participação das mulheres no futebol em resposta à atitude machista do presidente Adson Batista, do rival Atlético-GO.

O dirigente afirmou que a repórter Nathália Freitas, da TV Anhanguera, havia elogiado a atuação do atacante uruguaio Alejo Cruz por achar o jogador “bonitinho”. A jornalista deixou a entrevista, em protesto.

“Precisamos acabar com essa separação entre homem e mulher. Somos muito mais fortes quando trabalhamos em conjunto. É óbvio que eu passo por situações no dia a dia que são constrangedoras, em que, às vezes, falta o respeito”, ressaltou a executiva.

“Mas eu acho que contra números e resultados não tem muito o que discutir. Matemática não tem erro”, completou Jessica, ciente de que seu trabalho ainda está longe de acabar.

“Vamos conquistando o respeito no dia a dia para outras mulheres terem mais abertura”

Jessica Rezende, diretora de marketing e comunicação do Goiás

Patrocínio máster

O contrato com a Viva Sorte Bet será válido por duas temporadas. O clube mantém sigilo sobre os valores alegando obrigações contratuais, mas garante que é o maior acordo de patrocínio máster da história do Goiás.

“Caso o Goiás suba para a Série A, há uma cláusula contratual em que o valor mais do que dobra, já que sabemos que jogar a primeira divisão exige um outro patamar”, contou Jessica, que amarrou a maioria dos contratos por um período de dois anos, prevendo uma transição de valores se o Esmeraldino conquistar o acesso.

Jessica Rezende é a primeira mulher a se tornar diretora de marketing do Goiás - Divulgação / Goiás
Jessica Rezende é a primeira mulher a se tornar diretora de marketing do Goiás – Divulgação / Goiás

Retorno

A executiva havia tido uma passagem rápida pelo clube de coração entre 2017 e 2018, quando houve a implantação do projeto Gestão de Campeão, da Ambev, na época do Movimento para um Futebol Melhor, investimento da marca de bebidas que ajudou a fomentar iniciativas como os programas de sócio-torcedor.

À ocasião, a Ambev premiou as melhores gestões do futebol brasileiro, a partir de um relatório produzido pela consultoria EY. O Palmeiras ganhou como gestão de ouro, com o Goiás levando a prata, e o Flamengo, o bronze.

Apesar da boa experiência, Jessica só retornou ao clube em outubro do ano passado, após uma mudança estatutária no Goiás, que passou a exigir profissionais de carreira na função. A mudança fez bem às finanças do clube.

“Quando cheguei, a meta de arrecadação [para 2025] era de R$ 7 milhões. E agora estamos no início [da Série B] do Campeonato Brasileiro, com muita possibilidade de atrair marcas novas”, disse Jessica.

Em que pese a campanha decepcionante no Campeonato Goiano, em que acabou eliminado pelo arquirrival Vila Nova na semifinal, o Goiás também está na decisão da Copa Verde.

O primeiro jogo da final será na próxima quarta-feira (9), no Estádio Mangueirão, em Belém (PA), contra o Paysandu. O jogo de volta está marcado para o dia 23 de abril, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO). A decisão representa mais uma oportunidade comercial para o clube.

Ativações

Segundo a executiva, já foram assinados 30 contratos de patrocínio, com diversas oportunidades de visibilidade e ativações, como placas no Centro de Treinamento, led nas cadeiras do estádio, inserções no clube social e no backdrop de entrevistas, entre outras possibilidades.

“No clube social, temos 2.500 crianças das classes AB circulando por dia na escolinha de futebol. Se uma marca quiser crescer no Centro-Oeste, somos uma ótima opção”, destacou a diretora.

Outro segmento importante para a monetização são as redes sociais. Segundo o último Ranking Digital dos Clubes Brasileiros, do Ibope Repucom, o Goiás ocupa a 23ª posição entre os times mais seguidos do país, sendo o maior do Centro-Oeste, com 1,8 milhão de fãs em suas cinco principais mídias sociais (Facebook, Instagram, YouTube, X e TikTok).