Hotéis do Catar recusam reserva para hóspedes LGBTQIA+, diz imprensa

Uma investigação feita pela mídia de países escandinavos revelou que vários hotéis recomendados pela FIFA no Catar se recusaram a aceitar hóspedes da comunidade LGBTQIA+, apesar das alegações anteriores de que pessoas de todas as orientações sexuais seriam bem-vindas para a Copa do Mundo 2022

A homossexualidade é ilegal no Catar. Recentemente, um dos chefes de segurança do país chegou a afirmar publicamente que a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+, “insulta a sociedade“ local.

A investigação da mídia descobriu que torcedores se passando por gays receberam respostas indesejadas depois de entrarem em contato com 69 hotéis. Três hotéis se recusaram a aceitar a reserva, com um deles sugerindo que seria contra a política do estabelecimento.

Uma resposta de um hotel sem nome, compartilhada pela NRK, que congrega emissoras de rádio e TV da Noruega, dizia: “Obrigado por sua pergunta, mas infelizmente temos que informá-lo que não podemos lhe dar um quarto devido à política do hotel. Caso haja algo mais, não hesite em entrar em contato. Com os melhores votos“.

Os jornalistas questionaram 33 outros hotéis recomendados pela FIFA. Alguns não responderam, enquanto outros não continuaram o diálogo após uma troca inicial de mensagens.

“Achamos isso decepcionante. É decepcionante para os torcedores que vão viajar para a Copa do Mundo. Que eles não podem se sentir seguros em conseguir um hotel, não importa a sexualidade que tenham. É completamente irrelevante que tipo de orientação você tem”, criticou Jakob Jensen, CEO da Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU).

A Dinamarca está no Grupo D da Copa, com França, Tunísia e outra seleção que virá da repescagem.

Em um e-mail para a NRK, a FIFA respondeu estar “confiante de que todas as medidas necessárias estarão em vigor para os torcedores LGBTQIA+, para que eles, como todos os outros, possam se sentir bem-vindos e seguros durante o campeonato”.

A FIFA também enfatizou que qualquer forma de discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero é “estritamente proibida”.

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