O Super Mundial de Clubes 2025, que será realizado nos Estados Unidos entre os dias 14 de junho e 13 de julho, tornou-se o grande objeto de desejo para os torcedores dos quatro clubes brasileiros que participarão da competição promovida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Dentro de campo, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras sabem que terão de encarar e superar potências do futebol internacional para poderem sonhar com o título da competição, que será inédita nesse formato (ocorrendo a cada 4 anos e reunindo 32 times).
Mas ainda que a taça não venha, as equipes brasileiras participantes do Mundial de Clubes 2025 terão motivos de sobra para comemorar em termos financeiros.
A simples presença na competição da Fifa garantirá a cada um dos clubes nacionais a quantia de US$ 15,21 milhões (R$ 87,3 milhões, pela cotação atual).
Para se ter uma ideia, esse valor (que também será pago aos demais times sul-americanos) supera a premiação que será paga na final da Copa do Brasil ao campeão do torneio nacional, que, neste ano, será de R$ 77.175.000.
É fato que, se considerarmos a premiação acumulada no decorrer da competição, o campeão da Copa do Brasil faturará mais de R$ 100 milhões. Mas, para isso, terá de avançar por diversas fases no torneio promovido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
No caso do Mundial de Clubes 2025, mesmo que o time brasileiro viaje aos Estados Unidos e perca todos os jogos da fase de grupos, ainda assim terá garantido sua cota mínima equivalente a R$ 87,3 milhões.
Europeus faturam mais
Os níveis de premiação do Mundial de Clubes da Fifa superam, de longe, os padrões a que os clubes brasileiros estão acostumados.
A entidade máxima do futebol definiu diferentes faixas de prêmios para clubes de cada continente. No caso da Europa, a Fifa optou por quantias iniciais que vão de US$ 12,81 milhões (R$ 73,53 milhões), para times de menor apelo comercial, a US$ 38,19 milhões (R$ 219,23 milhões), para os mais famosos.
Isso significa, por exemplo, que o Real Madrid já tem garantido, pela participação no Mundial de Clubes 2025, o equivalente a 4,5 vezes do prêmio em dinheiro que o Botafogo faturou no ano passado pela conquista da Série A do Brasileirão, que foi de R$ 48,1 milhões.
O prêmio de participação do Real Madrid no Mundial de Clubes será um pouco menor do que os mais de R$ 250 milhões que o Botafogo ganhou pelos títulos do Brasileirão e da Copa Libertadores em 2024.
A menor faixa de premiação no torneio deste ano será a da Oceania, que será de US$ 3,58 milhões (R$ 20,55 milhões).
A quantia pode parecer pequena, mas supera os prêmios que Atlético-MG (13º colocado), Grêmio (14º), Juventude (15º) e Red Bull Bragantino (16º) receberam no Brasileirão do ano passado.
Chegar às quartas do Mundial pode render mais que ganhar a Libertadores
Apesar de haverem sido colocados em uma faixa de premiação mais modesta que a dos gigantes europeus, os clubes brasileiros terão a chance de ganhar verdadeiras fortunas, dependendo de seu desempenho no torneio da Fifa.
Um simples empate na fase de grupos renderá US$ 1 milhão (R$ 5,74 milhões). Já uma vitória pagará US$ 2 milhões (R$ 11,48 milhões).
Cada grupo contará com quatro equipes, das quais duas se classificarão para o mata-mata. Se um time brasileiro fizer a campanha perfeita e vencer todos os confrontos da fase inicial, embolsará outros U$ 6 milhões (R$ 34,4 milhões).
Mesmo que a campanha não seja tão primorosa, é possível, em tese, um time avançar para as oitavas com apenas uma vitória, um empate e uma derrota. Nesse caso, o clube brasileiro faturaria, em meio aos tropeços, mais US$ 3 milhões (R$ 17,2 milhões).
Ao chegarem às oitavas, os times garantem uma nova bolada em dinheiro, desta vez de US$ 7,5 milhões (R$ 43 milhões).
Se um clube brasileiro conseguir vencer todos os confrontos do grupo para avançar a essa fase, embolsará o equivalente a R$ 164,7 milhões. Já aquele que se classificar no pior dos cenários ganhará algo em torno de R$ 147,5 milhões.
Clubes que chegarem às quartas de final garantirão outros US$ 13,1 milhões (R$ 75,2 milhões). Uma equipe com campanha perfeita somaria, assim, R$ 240 milhões.
Caso alcance esse feito, um time brasileiro receberá uma premiação maior que a da Copa Libertadores deste ano, que poderá render um total acumulado de R$ 230,1 milhões ao campeão.
De onde vem o dinheiro para as premiações do Mundial de Clubes?
Ao todo, o Mundial de Clubes de 2025 distribuirá US$ 1 bilhão (R$ 5,74 bilhões) aos participantes. Equipes da Ásia, África e Américas do Norte e Central terão uma cota de US$ 9,55 milhões (R$ 54,8 milhões) cada uma, apenas pela presença no torneio.
Os quatro times que chegarem à semifinal levarão mais R$ 21 milhões (R$ 120,5 milhões). Por fim, a premiação dos finalistas será de outros US$ 30 milhões (R$ 172,2 milhões) para o vice e de US$ 40 milhões (R$ 229,6 milhões) para o campeão.
O time campeão da primeira edição deste novo formato do Mundial de Clubes da Fifa poderá acumular até US$ 125 milhões (R$ 717,5 milhões) em prêmios no decorrer da competição.
Esse valor supera, por exemplo, o faturamento do São Paulo na temporada 2023, que foi de R$ 681 milhões, segundo o mais recente Relatório Convocados, divulgado no ano passado.
O clube paulista obteve a quarta maior receita do país no período analisado pelo estudo, feito em parceria com a Outfield e com patrocínio da Galapagos Capital.
Os valores das premiações pagas pela Fifa no Mundial de Clubes podem parecer astronômicos para os padrões do futebol brasileiro, mas vale lembrar que a competição ajudou a turbinar o caixa da entidade no ciclo da Copa do Mundo de 2026.
Conforme noticiou a Máquina do Esporte, a primeira edição do torneio deverá injetar US$ 2 bilhões nos cofres da Fifa, graças aos acordos comerciais e de mídia firmados pela federação.
O principal deles envolve o DAZN, que adquiriu os direitos globais de transmissão do Mundial de Clubes pelo valor de US$ 1 bilhão.
É a partir desses contratos que a Fifa é capaz de garantir premiações elevadas para o torneio.
Não se pode esquecer, no entanto, que o Mundial ocorrerá no período que coincide com as férias no futebol europeu, fato que resultou em queixas formais feitas por sindicatos de atletas contra a entidade.
A compensação financeira é uma forma encontrada pela Fifa para superar uma eventual resistência vinda por parte de clubes e jogadores da Europa.