As denúncias de violência doméstica contra o atacante brasileiro Antony, do Manchester United, continuam a repercutir na mídia. Depois de ter sua convocação para a seleção brasileira suspensa pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o jogador também foi afastado pelo clube inglês no último fim de semana.
Apesar da imagem abalada, o atleta ainda segue ostentando algumas parcerias fortes na área publicitária. Quem acessar o Instagram de Antony, deparará com várias postagens em colaboração com a marca esportiva Puma.
Procurada, a empresa alemã afirmou que, no momento, não pode “comentar quaisquer processos judiciais em andamento”.
Um dos posts mais recentes dessa parceria da Puma com Antony foi publicado em 28 de agosto. O fato curioso é que as primeiras denúncias contra o atleta surgiram na mídia em junho. Ele é acusado de violência doméstica contra a ex-namorada, a DJ e influenciadora digital Gabriela Cavallin, episódio que teria ocorrido em maio deste ano.
Nas semanas que se seguiram à divulgação das primeiras notas pela imprensa, porém, o caso foi sendo ignorado por diversas partes envolvidas com o jogador. Tanto que ele seguiu atuando normalmente pelo Manchester United e chegou a ser convocado pelo técnico Fernando Diniz para a partida contra a Bolívia, válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2026.
No post da Puma, de 28 de agosto, o jogador narra as dificuldades enfrentadas durante a infância, na periferia da Região Metropolitana de São Paulo. Antony fala sobre o esforço dos pais para criá-lo. Em determinado momento do vídeo, o atleta chega a chorar, ao comentar sobre sua relação com o campinho onde ensaiou os primeiros dribles e chutes, que acabariam por consagrá-lo nos gramados do Brasil e da Europa.
Esse conteúdo foi postado não apenas no perfil da Puma Brasil, mas também no global da marca. Em 30 de junho, quando as supostas agressões já eram notícia na imprensa brasileira, a marca fez outra ativação com o atleta, a fim de promover sua linha de chuteiras Ultra.
Vale destacar também que, em 2 de setembro, o próprio Manchester United utilizou Antony para ativar sua parceria com o aplicativo de mensagens Snapchat. As supostas agressões do atleta contra a ex-namorada já eram investigadas pela polícia da cidade de Manchester, no Reino Unido, à ocasião. O post no Instagram despertou reações negativas por parte de torcedores do clube inglês.
As medidas mais drásticas em relação a Antony, tanto por parte da seleção brasileira como do próprio United, vieram depois que o portal UOL revelou, no último dia 4 de setembro, várias fotos, áudios e prints de mensagens ameaçadoras e ofensivas enviadas por Antony à agora ex-namorada.
Inabalável nas redes
Apesar dos reveses sofridos na seleção e no Manchester United, Antony segue “firme e forte” nas redes sociais. Além de não haver perdido seguidores por conta do escândalo, ganhou alguns milhares.
Na última quarta-feira (6), ainda no calor das notícias sobre sua “desconvocação” da seleção brasileira, o atacante contava com pouco mais de 11,1 milhões de fãs no Instagram. Nesta quarta-feira (13), a quantidade de seguidores de Antony já ultrapassou 11,2 milhões. Saldo positivo na casa das 100 mil pessoas.
Nesta semana, Antony resolveu partir para o ataque e publicar nos stories do Instagram prints de supostas conversas que teria mantido no WhatsApp com outra mulher, que também o acusa de agressão.
Na última sexta-feira (8), ele concedeu uma entrevista ao programa Fofocalizando, do SBT, em que se defendeu das acusações feitas pela ex-namorada, fato que acabou repercutindo na imprensa esportiva internacional.
Valores
Na seção do site oficial da Puma dedicada aos valores da marca, a empresa busca enfatizar questões como equidade, inclusão e diversidade, esta descrita como “componente-chave” na cultura de trabalho da empresa.
Sobre a equidade, a Puma afirma ser este um de seus valores fundamentais. A empresa declara não tolerar “qualquer forma de assédio ou discriminação”.
No site, a empresa ainda destaca números sobre a participação de mulheres em cargos de gestão (26% no primeiro escalão e 43% no segundo nível gerencial) e parcerias com Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na área.
O código de conduta da empresa, voltado a funcionários, fornecedores e seus subcontratados, traz o seguinte trecho: “Assédio, punição corporal e abuso físico, sexual, psicológico ou verbal não serão tolerados na cadeia de suprimentos da Puma”.