Adidas vê lucro operacional cair 28% no trimestre e revisa previsão de faturamento

A Adidas viu seu lucro operacional cair 28% no segundo trimestre do ano comparado a 2021, atingindo € 392 milhões (US$ 401 milhões). Algumas causas desse desempenho foram a decisão da empresa de suspender seus negócios na Rússia, em retaliação à invasão da Ucrânia, e o aumento de custos da cadeia de suprimentos por conta ainda de medidas sanitárias de combate à Covid-19 na China e no Vietnã.

As receitas cresceram 10%, chegando a € 5,59 bilhões (US$ 5,72 bilhões), favorecidas pela retomada econômica nos mercados ocidentais. A decisão da empresa de suspender as operações na Rússia reduziu a receita em mais de € 100 milhões (US$ 102 milhões) durante o trimestre.

“Nossos mercados ocidentais continuaram a mostrar um forte impulso no segundo trimestre em meio ao aumento da incerteza macroeconômica”

Kasper Rorsted, CEO da Adidas

A Adidas acrescentou que as restrições da cadeia de suprimentos como resultado dos bloqueios do ano passado no Vietnã reduziram o crescimento da receita em cerca de € 200 milhões (US$ 205 milhões) no segundo trimestre.

O lucro líquido dos três meses encerrados em 30 de junho caiu ligeiramente, de € 387 milhões (US$ 396 milhões) no ano anterior para € 360 milhões (US$ 368 milhões).

Venda direta

O aumento do faturamento foi impulsionado pelo crescimento do DTC (venda direta ao consumidor) nos canais on-line da marca e lojas oficiais. Segundo a empresa alemã, o comércio eletrônico já representa 20% do total de negócios e teve crescimento de dois dígitos.

Outros crescimentos representativos, de acordo com a Adidas, foram nas categorias futebol, corrida e atividades ao ar livre.

“Com os esportes de volta ao centro das atenções neste verão, as receitas nas nossas categorias estratégicas de crescimento, futebol, corrida e atividades ao ar livre, aumentaram dois dígitos”, afirmou Kasper Rorsted, CEO da Adidas.

Desempenho por regiões

As receitas na América do Norte aumentaram 21% impulsionadas pelo crescimento de mais de 20% na venda direta ao consumidor e no atacado. As receitas na América Latina ficaram 37% maiores, enquanto a Ásia-Pacífico voltou a crescer.

“Com a região da Ásia-Pacífico voltando a crescer, os mercados combinados que representam mais de 85% dos nossos negócios cresceram a uma taxa de dois dígitos”, contou Rorsted.

No entanto, a China continua sendo um desafio para a Adidas devido às restrições pandêmicas em andamento. Como resultado, as receitas no mercado caíram 35%.

“No entanto, o ambiente macroeconômico, principalmente na China, continua desafiador. A recuperação neste mercado é, devido às contínuas restrições relacionadas à Covid-19, mais lenta do que o esperado. E temos que levar em conta uma potencial desaceleração nos gastos do consumidor em todos os outros mercados para o restante do ano”, analisou o executivo da Adidas.

Faturamento total

A receita total da empresa nos primeiros seis meses de 2022 cresceu 5% em relação a 2021, chegando a € 10,897 bilhões (US$ 11,144 bilhões).

Com os resultados até o momento, a Adidas ajustou sua previsão de arrecadação para 2022 devido à recuperação mais lenta do que a esperada na China. O lucro líquido projetado foi revisado para baixo. A previsão inicial era de que ele seria entre € 1,8 bilhão (US$ 1,84 bilhão) e € 1,9 bilhão (US$ 1,94 bilhão). Agora, espera-se que chegue a “apenas” € 1,3 bilhão (US$ 1,33 bilhão).

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