Ciclismo não para de crescer, e indústria tem melhor primeiro bimestre desde 2013

A bicicleta já vinha se tornando parte da vida de muita gente antes do início da pandemia. Mas, desde que a Covid-19 se instaurou no Brasil, em março de 2020, a utilização desse meio de transporte vem crescendo em um ritmo bastante acentuado. Agora, no primeiro bimestre de 2022, a indústria da bicicleta chegou a um patamar que não alcançava desde 2013.

Com 125.149 bicicletas produzidas, as fabricantes instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) registraram um crescimento de 10,7% na comparação com o mesmo período do ano passado (113.059 unidades). De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), esse foi o melhor resultado para os dois primeiros meses do ano desde 2013, quando 127.028 unidades saíram das linhas de montagem.

“O brasileiro descobre, cada vez mais, as vantagens da bicicleta. Antes, a bicicleta era apenas uma opção de lazer. Hoje, pedalar representa uma alternativa de transporte seguro e uma vida mais saudável. Além disso, a bicicleta também passou a ser instrumento de trabalho para os profissionais que atuam nos serviços de logística e entrega”, destacou Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo.

A categoria mais produzida no primeiro bimestre foi a mountain bike (MTB), com 77.286 unidades e 61,8% do volume total. Na sequência do ranking, vieram a urbana/lazer (38.091 unidades e 30,4% da fabricação) e a infanto-juvenil (5.008 unidades e 4% do total).

“Essa [mountain bike] é a categoria preferida dos brasileiros por permitir ao ciclista pedalar no asfalto da cidade ou em pisos irregulares. É uma bicicleta equipada com suspensões e maior número de marchas, entre outros itens que garantem mais desempenho e conforto”, explicou Gazola.

Outro dado importante é que o volume de bicicletas exportadas mais do que dobrou no primeiro bimestre de 2022. Ao todo, foram 4.071 bicicletas comercializadas no exterior, o que corresponde a uma alta de 128,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (1.783 unidades).

De acordo com dados do portal Comex Stat, que apura os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os países do Mercosul foram os principais destinos: Paraguai (3.277 unidades e 80,5% das exportações), Bolívia (430 bicicletas e 10,6%) e Uruguai (220 unidades e 5,4%).

Atualmente, o Brasil possui uma frota de cerca de 70 milhões de bicicletas, com uma produção anual de 2,5 milhões de unidades, o que dá ao país o status de quarto maior produtor mundial. Para se ter uma ideia, quando o assunto é motocicleta, a frota é de 30 milhões, com uma produção anual de 1,2 milhão de unidades, o que faz do Brasil o sexto maior produtor mundial.

Sair da versão mobile