Os NFTs esportivos (tokens não-fungíveis, na sigla em inglês) ganharão bastante espaço no esporte em 2022. Segundo o relatório TMT Predictions, elaborado pela consultoria Deloitte, entre 4 milhões e 5 milhões de pessoas em todo o mundo terão ativos digitais até o fim do ano. O setor deve movimentar US$ 2 bilhões em 2022, o dobro do que faturou no ano passado.
Os NFTs são bens indivisíveis, que não podem ser destruídos, excluídos ou replicados. Ao contrário da música, ao adquirir um NFT, o bem intangível é concedido a uma única pessoa.
”Os clubes têm que focar no produto voltado para um grande volume de pessoas com poder aquisitivo normal ou baixo. E, por isso, devemos romper com a tentativa de monetizar ativos esportivos de alto valor”, afirmou Jordi Mompart, diretor de pesquisa e análise do Barcelona, em um painel organizado pela Deloitte.
”Não devemos pensar em produtos que valham milhares de euros porque ninguém vai comprar. Mas sim apostar em produtos colecionáveis e interessantes a um preço muito baixo”, completou Mompart.
Para Juan Antonio Muñoz, sócio da área de assessoria de risco da Deloitte na Espanha, o uso de NFTs como investimento e especulação será uma moda passageira. Segundo ele, o sucesso dos NFTs dependerá das alternativas que o esporte terá capacidade de oferecer.
“Temos de chegar aos usuários e fazê-los pensar que um NFT não é um investimento, mas algo que se paga por um preço, como quando compro sorvete. O futebol é uma comunidade, e os NFTs têm que servir para agrupar as pessoas em torno dela. No futuro, quando perguntarmos a alguém quem elas são, elas não vão te dizer, vão mostrar os NFTs que têm na carteira virtual e vão expressar sua personalidade”, destacou Carlos Solana, diretor de inovação do conglomerado de mídia espanhol Mediapro.