O Canal Olímpico do Brasil, gerido por uma parceria entre Comitê Olímpico do Brasil (COB) e NSports, terá a transmissão de mais dois grandes eventos em 2023 em sua grade de programação: a Universíade e os Jogos Mundiais de Praia.
“A ideia é ter no Canal Olímpico uma grade mais previsível para trabalhar em termos de conteúdo, que crie um lastro. Antes, tínhamos muito o ‘olha, daqui a duas semanas pintou isso’. Queria ter uma previsibilidade maior”, afirmou Paulo Conde, diretor de comunicação do COB, em entrevista à Máquina do Esporte.
Eventos multiesportivos
Também conhecida como Jogos Mundiais Universitários, a Universíade, organizada pela Federação Internacional de Esportes Universitários (Fisu), conta com a participação de alguns dos principais atletas olímpicos. O evento será disputado em Chengdu, na China, de 28 de julho a 8 de agosto. A competição estava marcada originalmente para 2021, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19.
Já os Jogos Mundiais de Praia, organizados pela Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (Anoc, na sigla em inglês), serão em Bali, na Indonésia, de 5 a 12 de agosto. O evento bienal surgiu em 2019, com a competição sendo realizada em Doha, no Catar.
Assim como a Universídade, não houve competição em 2021 por causa da crise sanitária mundial. Basquete 3×3, beach tennis, futebol de areia, maratona aquática, vela e vôlei de praia 4×4 são algumas das modalidades disputadas.
Grade de eventos
Além desses, o COB já adquiriu os direitos de eventos como a Copa do Mundo de Águas Abertas, competição que tem a campeã olímpica Ana Marcela Cunha como um dos principais destaques, e a Diamond League, circuito de 14 etapas da World Athletics (entidade que comanda o atletismo), com disputas de abril a setembro. Em 2022, o brasileiro Alison dos Santos ficou com o título da temporada nos 400m com barreiras. O Canal Olímpico possui os direitos de transmissão do evento até 2024.
Outros eventos já garantidos na grade do Canal Olímpico são os Mundiais de Ginástica Artística, Rítmica e de Trampolim, além do Gymnaestrada Mundial, exibição de gala (não competitiva), marcada para Amsterdã (Holanda), em julho.
Também foram adquiridas competições da Federação Internacional de Judô (FIJ), incluindo os Mundiais adulto, júnior e cadete, além do circuito de Grand Prix, Grand Slam e o Masters, que será em Paris, local da próxima Olimpíada.
Ativações de patrocínio
A ideia é que, com a grade permanente no Canal Olímpico, as redes sociais do COB possam ser mais ativadas pelos patrocinadores atuais da entidade e consigam atrair novos parceiros comerciais.
“É o que a marca mais aspira: conteúdo qualificado, digitalização e OTT. Claro que as marcas vão ativar os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Mas, pela primeira vez, podemos oferecer para essas marcas poder construir essa história localmente já a partir de 2023”, destacou Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB.
Atualmente, o COB possui sete patrocinadores nacionais: XP, Peak, New On, Riachuelo, Estácio, Boali e Max Recovery. O comitê também ativa os patrocinadores globais do Comitê Olímpico Internacional (COI): Airbnb, Alibaba, Allianz, Atos, Bridgestone, Coca-Cola/Mengniu, Deloitte, Intel, Omega, Panasonic, Procter & Gamble, Samsung, Toyota e Visa.
Apresentação ao mercado
Na próxima terça-feira (18), em São Paulo, o COB fará uma apresentação ao mercado anunciante para apresentar oportunidades até a Olimpíada de Paris 2024. Entre os ativos que serão apresentados estão as atrações da programação do Canal Olímpico. A expectativa é que o comitê consiga atrair mais empresas para apoiar o Movimento Olímpico no Brasil.
“Hoje, temos muitas categorias, o que deixa o mercado confuso. Estamos segmentando em apenas três categorias que são os patrocinadores mundiais, os nacionais e os parceiros, com os quais fazemos algum tipo de ação, como a Mauricio de Sousa Produções”, contou Herbetta.
Segundo o executivo, há conversas adiantadas com algumas empresas interessadas em patrocinar o COB. Os nomes devem ser divulgados entre o evento da próxima terça-feira (18) e o final do ano.
“A ideia é já trabalhar neste formato em que parte da entrega vem do Canal Olímpico e parte dessa cota já está destinada para reinvestimento em qualidade de conteúdo”
Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB
“Já temos um percentual do valor da nossa cota de patrocínio que é destinada ao canal para investir, seja na aquisição de direitos [de transmissão], seja na produção de conteúdo aqui no Brasil ou na produção de uma competição nacional”, finalizou.