EXCLUSIVO: Nike celebra Troféu Nike, apresenta novo Alphafly e segue com foco no running e nas mulheres

No último sábado (3), a Nike realizou as semifinais e finais do Troféu Nike no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). O evento, dividido em três datas, contou com um formato diferente inspirado em outros esportes, em que o tempo individual foi importante, mas colocado no todo da equipe, já que os tempos de cada corredor foram somados para resultar no tempo da equipe como um todo.

CEPEUSP, em São Paulo, recebeu semifinais e finais do Troféu Nike – Ricardo Soares / Divulgação

A Nike ainda aproveitou a última etapa do evento para apresentar o maior lançamento da fabricante norte-americana no segmento de running performance no ano de 2022. Com drop de 8mm, o modelo Alphafly Next% 2 foi anunciado por profissionais da Nike e pelo velocista Paulo André Camilo, patrocinado pela marca, e chegou ao e-commerce da empresa no próprio sábado (3) por R$ 2.399. A partir desta quarta-feira (7), estará disponível em revendedores selecionados.

O modelo conta com um sistema que inclui entressola de espuma Nike ZoomX, que percorre toda a extensão do tênis, placa de fibra de carbono em formato curvo, parte superior feita de Atomknit 2.0, cápsulas de Zoom Air duplas, sola externa de borracha e calcanhar mais largo.

Essas características servem para aumentar a devolução de energia para o corredor, favorecer uma transição suave entre o calcanhar e a parte dianteira dos pés ao longo do movimento da passada e dar mais firmeza à parte da frente dos pés, além de melhorar a respirabilidade acima dos dedos e também o acolchoamento confortável sob o cadarço.

Alphafly Next% 2 é o principal produto de running da marca para 2022 – Divulgação / Nike

Durante a realização das provas decisivas, a Máquina do Esporte conversou com Aline Cupido, gerente de marca para mulheres e líder de running da Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil.

Leia abaixo a entrevista exclusiva com a executiva, que faz parte do dia a dia da empresa há sete anos.

MÁQUINA DO ESPORTE: Para a marca, o que significou o Troféu Nike?

ALINE CUPIDO: O Troféu Nike é o nosso maior evento de corrida do ano, evento proprietário da marca, e trouxe essa questão da performance, porque a Nike ainda é uma marca que defende essa questão da performance, mas também vai para um lugar que é muito mais de integração, muito mais de você viver a corrida e conseguir ajudar ou dar dicas valiosas para outras pessoas, e não ser só sobre a sua própria conquista.

A principal mensagem global de running do ano, de que “Corredores ajudam Corredores”, surgiu para falar sobre isso. Em qualquer lugar, um corredor pode ajudar outro corredor, e isso pôde ser visto na prática no Troféu Nike. Poderia ter sido uma competição individual, mas a gente quis trazer essa questão dos times, basicamente a representação do que é a ideia do “Corredores ajudam Corredores”. O que acaba sendo importante não é a performance individual, mas sim a do coletivo.

Velocista Paulo André Camilo testou novo tênis e ajudou a propagar mensagem global da marca – Ricardo Soares / Divulgação

MDE: A Nike aproveitou a data das semifinais e finais pra lançar o principal produto de running da marca no ano. Qual é a importância disso?

AC: O Alphafly Next% 2 não é um tênis de pista, mas achamos que valia lançá-lo em um evento de pista justamente para casar as duas coisas. Ele é um tênis de velocidade que surgiu em 2019, quando o Kipchoge [Eliud Kipchoge, queniano que é bicampeão olímpico da maratona e atual detentor do recorde mundial da distância] conseguiu baixar a barreira das 2 horas na maratona [a World Athletics não reconheceu o tempo como um recorde oficial por conta da condição da prova, por não se tratar de uma competição aberta e pela alternância de marcadores de ritmo para ajudar o atleta].

Aquele foi o momento em que a Nike voltou a falar de corrida de uma forma muito autêntica, muito proprietária. Por isso, considero o Alphafly uma revolução dentro da corrida em termos de tecnologia. E agora ele surge ainda melhor nessa segunda edição.

MDE: O que essa segunda versão tem de melhor em relação à primeira?

AC: A nova versão desmistifica esse tênis, a história de que é um tênis apenas para quem faz uma maratona abaixo de 3 horas. Com muito mais estabilidade, ele passa a ser um tênis para uso de um número muito maior de maratonistas. Continua sendo focado em longas distâncias, especialmente maratona, mas a questão dessa maior estabilidade surge para abraçar novos corredores, aqueles que não vão atingir esse sub-3h.

A maior parte dos corredores nem cogita fazer uma maratona em menos de 3 horas. Essa “galera” é um público que tem muita importância para a Nike, e é com eles que a gente quer falar também. Queremos que eles se motivem, que vão em busca de saúde, de bem-estar, que usem a corrida como ferramenta para auxiliar na vida de cada um de um modo geral.

Aline Cupido (ao centro) fala sobre o novo Alphafly Next% 2 em momento com a imprensa no Troféu Nike – Diogo Brum / Divulgação

MDE: E o que mais a marca tem feito para se aproximar desse público?

AC: A gente está com outras três ações. Voltamos, dentro do Parque Ibirapuera [em São Paulo], a ter sessões mensais do NRC [Nike Run Club], que não se chama mais NRC, mas tem o formato do que era o NRC, com o nome de “Corredores ajudam Corredores”.

Além disso, temos um projeto em parceria com a Centauro chamado “Corre Secreto”, pensado para corredores amadores mais experientes e também iniciantes. É uma corrida que sai das principais lojas da Centauro em São Paulo e chega em um lugar secreto, que ninguém sabe onde vai ser, mas que normalmente é uma festa, uma coisa legal, e serve para a gente conseguir essa conexão com uma geração mais nova de corredores.

E também apoiamos dois coletivos, o “Project Run” e a “Damn Gang”, que, semanalmente, por meio de uma ajuda de custo da Nike, conseguem fazer os corres deles por São Paulo. Quem passa a fazer parte de um deles, acaba se aproximando da corrida, passa a entender o que é a corrida, e se aproxima também da marca.

MDE: Junto do “Project Run”, a Nike lançou outro projeto que também engloba a sua outra área dentro da marca que são as mulheres. Que projeto é esse?

AC: É o 21km de 21 mulheres. São 21 mulheres que correrão essa distância pela primeira vez, do jeito delas, no ritmo delas, da forma como se sentirem melhor, com o acompanhamento de uma treinadora, no dia da Consciência Negra [20 de novembro]. Muitas delas são da periferia, negras, que não têm acesso a tênis. Algumas corriam de chinelo, inclusive. Elas vão completar a distância juntas, sem ninguém ficar para trás, na mesma ideia que permeia o ano de running da marca de que “Corredores ajudam Corredores”.

MDE: Nesse segmento mulher, o que mais a marca tem em mente?

AC: Além do 21km de 21 mulheres, que toca o lado social, temos o “Vida Corrida” [projeto com crianças coordenado por Neide Santos no Capão Redondo, zona sul da capital paulista], que a marca apoia há mais de dez anos. A gente fala muito das meninas ali, que a gente sabe que são a próxima geração de corredoras, que a gente dá uma atenção especial.

Crianças do projeto “Vida Corrida” marcaram presença nas semifinais e finais do Troféu Nike – Ricardo Soares / Divulgação

Temos também o “Turmalinas Negras”, um coletivo de dança da periferia que hoje tem um espaço para praticar. Aí tem um propósito de marca que a gente consegue trabalhar com o objetivo de que as mulheres tenham um espaço para a prática e o acesso ao esporte. Outro exemplo disso é que criamos sessões especiais para futebol feminino nas quadras do Ibirapuera, o que é necessário porque os homens dominam aquelas quadras, e ainda entregaremos por lá uma área fitness até o final do ano que é voltada para mulheres. Não é exclusiva, mas é voltada para o público feminino.

Além disso, temos também as nossas novas lojas. Acabamos de inaugurar nossa nova loja no Ibirapuera [megaloja de 570m2 no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, com conceito inédito no Brasil], e ali temos serviços para mulheres, uma concierge que vai atender o público feminino, produtos específicos, e os próprios manequins da loja, de mulher grávida, de prática de ioga. Queremos que elas se identifiquem ali dentro, então o ambiente dessa loja é muito pensado para a mulher, o que a gente não via nas lojas da Nike no passado.

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