Um dos acordos mais duradouros e lucrativos na história do esporte teve seu rompimento comunicado nesta segunda-feira (8). O golfista Tiger Woods e a Nike decidiram encerrar sua histórica parceria de 27 anos.
“Há mais de 27 anos, tive a sorte de iniciar uma parceria com uma das marcas mais icônicas do mundo”, disse o atleta, via Instagram. “Os dias desde então foram repletos de momentos e memórias incríveis. Se eu começasse a enumerá-los, poderia continuar para sempre. A paixão e visão de Phil Knight [Ex-CEO da Nike] uniram essa parceria entre Nike e Nike Golf, e quero agradecê-lo pessoalmente, juntamente com os funcionários da Nike e os incríveis atletas com quem tive o prazer de trabalhar ao longo do caminho”, concluiu.
Em 1996, a Nike contratou Woods, então com 20 anos, em um contrato de cinco anos no valor de US$ 40 milhões, coincidindo com sua entrada no circuito profissional.
“Olá mundo” foi como o golfista iniciou sua primeira coletiva de imprensa como profissional, o que mais tarde se tornaria o slogan usado pela Nike em sua primeira campanha publicitária com ele. À época, a Nike era novata no negócio de golfe e construiu uma divisão inteira em torno de Woods.
Desde então, a fornecedora manteve relacionamento intrínseco com o atleta, mesmo durante o polêmico episódio extraconjugal no final de 2009, que lhe resultou em uma série de contratos quebrados com outros patrocinadores.
Ascensão e queda
À medida que Woods acumulava conquistas, a receita da divisão de golfe da Nike disparou, e o salário anual de Woods chegou a ultrapassar US$ 20 milhões. Neste esporte, a Nike atingiu seu pico de faturamento em 2013, registrando US$ 792 milhões.
Entretanto, em 2016, a empresa encerrou sua linha de equipamentos, como tacos, bolas ou bolsas de golfe. A companhia continuou a produzir vestuário para golfistas de elite como Woods, Rory McIlroy e outros, incluindo sapatos e as camisas vermelhas de assinatura de Woods, enquanto ele assinou contratos para usar tacos da TaylorMade e bolas da Bridgestone.
Nos últimos meses de 2023, surgiram rumores de que a Nike planejava abandonar totalmente o negócio de golfe. Trata-se de uma parte ínfima da receita total da empresa, que foi de US$ 51,5 bilhões nos últimos quatro trimestres. Em dezembro, a Nike anunciou demissões e um plano de corte de custos de US$ 2 bilhões.
A fornecedora também publicou uma nota em seu Instagram. “Tiger, você desafiou seus concorrentes, estereótipos, convenções, o pensamento tradicional”, disse a Nike em um comunicado no Instagram. “Você desafiou toda a instituição do golfe. Você nos desafiou. E, acima de tudo, desafiou a si mesmo. E por esse desafio, somos gratos”.
Outros rompimentos
A Nike já possui certa experiência com “términos de relacionamentos”.
Aos 48 anos, Woods está longe de ser o primeiro atleta icônico da Nike a se separar da marca perto do fim de sua carreira. O ex-tenista norte-americano Andre Agassi era um pilar das campanhas publicitárias da Nike, mas ingressou na principalmente concorrente Adidas antes de encerrar sua carreira.
Por sua vez, Roger Federer rompeu com a Nike em 2018 e transformou a mudança em dois novos acordos lucrativos: assinou um contrato de vestuário de 10 anos e US$ 300 milhões com a marca japonesa Uniqlo e se associou à marca suíça de tênis On, com um componente de participação acionária valendo mais de US$ 200 milhões.
O futuro de Woods
Após ser nomeado como conselheiro do PGA Tour, especialmente para ajudar a viabilizar a fusão com o LIV Golf, Woods voltou a competir profissionalmente no mês passado, apesar das lesões que o mantiveram afastado do campo.
O golfista continua sendo um ícone de popularidade, com patrocínios que incluem Bridgestone, Hero, Kowa, Monster Energy e TaylorMade.