Grupo SBF tem receita de R$ 1,94 bilhão e prejuízo de R$ 32,6 milhões no 2º trimestre de 2023

Arena Centauro, casa esportiva aberta pelo Grupo SBF para frequentadores do Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP) - Divulgação / Centauro

O Grupo SBF, dono de marcas como Centauro e Fisia (distribuidora da Nike no Brasil), alcançou uma receita bruta de R$ 1,939 bilhão, mas amargou um prejuízo líquido de R$ 32,581 milhões no 2º trimestre de 2023.

As despesas operacionais (custos para garantir o funcionamento da empresa) chegaram a R$ 594,192 milhões, o que representou um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo período de 2022. No acumulado do ano, houve um aumento de 18,4%, totalizando 1,125 bilhão.

No trimestre, esse montante representou 37,3% da receita líquida, ou um aumento de 2,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022. Segundo a empresa, esse crescimento foi justificado pelo aumento dos valores pagos em royalties e marketing fees (honorários fixos) pagos à Nike, que tiveram aumento de 2,4 pontos percentuais.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa foi de R$ 92,3 milhões no período de abril a junho. Com isso, o resultado no 1º semestre atingiu R$ 226 milhões. Houve uma alta de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2022.

Centauro

Na Centauro, houve um crescimento na receita bruta de 3,3% em relação ao mesmo período de 2022. A queda de receita de 11,9% nas plataformas digitais foi compensada pelo aumento de 8,9% nas lojas físicas.

No comparativo anual, porém, houve uma queda no número de unidades. No 2º trimestre de 2022, havia 231 lojas físicas, enquanto no mesmo período de 2023 esse número caiu para 225.

As vendas de produtos da marca própria Oxer e licenciados da Asics tiveram crescimento superior a 80% na comparação anual.

Fisia

Na Fisia, o crescimento foi de 14,8%, impulsionado pelos canais de venda direta ao consumidor (DTC, na sigla em inglês).

No trimestre, foram abertas quatro novas lojas da Nike, sendo duas NVS (Nike Value Stores), no estilo outlet, e duas NDIS (Nike Direct Inline Stores), com foco em lançamentos, totalizando dez novas lojas no 1º semestre do ano. No comparativo com 2022, o número total de lojas físicas subiu de 22 para 42.

A receita bruta das lojas aumentou 79,4% em comparação ao ano anterior, enquanto a do site da Nike teve alta de 35,5%. No atacado, por outro lado, houve uma queda de 20,7%. Segundo a empresa, o crescimento das vendas diretas ao consumidor compensou a menor demanda dos clientes do atacado no período.

“A migração para os canais DTC é vista como positiva para a rentabilidade da companhia, pois a margem bruta gerada a partir disso mais do que compensa o aumento de despesas desses canais”, afirmou o Grupo SBF, em comunicado à imprensa.

Traduzindo, a empresa refere-se ao fato de que a venda direta ao consumidor obteve um aumento de lucro, compensando o crescimento de despesas operacionais, como para distribuição e logística nesse setor, em relação ao comércio de itens para empresas.

Liquidação

Durante o semestre, a Fisia realizou liquidações para aumentar as vendas e diminuir os estoques, que estavam elevados. O ganho de margem bruta com o crescimento dessas vendas foi minimizado pelos descontos oferecidos. Esse crescimento no volume de vendas também gerou um aumento de despesas operacionais (SG&A), com reflexos em custos com royalties, logística e despesas financeiras.

Segundo a empresa, se forem excluídos os aumentos de despesas causados pela migração de canais de vendas da Fisia, aumento de estoque e de pagamento de royalties, há uma redução de 3 pontos percentuais nas despesas operacionais em relação ao mesmo trimestre de 2022.

“Vivemos um cenário desafiador e, por isso, continuamos com foco total no controle de despesas e na melhora de nossas margens para impulsionar nossos resultados”, disse Pedro Zemel, CEO do Grupo SBF.

“Além disso, o nosso plano para redução de estoque, ao longo dos próximos trimestres, será importante para a geração de caixa da companhia”, acrescentou o executivo.

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