Pesquisa: 90% da Geração Z dos EUA usa as redes sociais para consumir esporte

Segundo o estudo, 71% do público prefere ver eventos ao vivo no estádio - Reprodução / Instagram (@fcbarcelona)

Um novo estudo da Deloitte destacou a mudança nos padrões de consumo de esportes e no comportamento dos torcedores, especialmente entre os mais jovens, que têm opiniões diferentes sobre o que constitui a experiência ideal de assistir a eventos em casa em comparação com o público mais velho. 

A pesquisa da Deloitte, intitulada “Percepções dos fãs de esporte em 2023: Início da era dos esportes imersivos”, obteve respostas de aproximadamente 3 mil pessoas nos Estados Unidos. A enquete mostrou que existe uma base sólida de fãs dispostos a investir tempo e dinheiro em sua paixão, desde que suas expectativas sejam atendidas.

Uma descoberta importante do estudo é que quase três quartos dos entrevistados (71%) disseram que os eventos ao vivo são seu tipo favorito de conteúdo esportivo. No entanto, esse número cai para 58% entre os membros da Geração Z e dos Millennials.

Além disso, mais de 90% dos fãs da Geração Z usam as redes sociais para consumir conteúdo esportivo, incluindo clipes e destaques de jogos, eventos ao vivo, entrevistas e postagens de atletas.

“O futuro dos esportes dependerá cada vez mais da tecelagem de uma tapeçaria contínua de experiências ao vivo, digitais e interativas que ressoam em todas as gerações”

Jana Arbanas, vice-presidente da Deloitte e líder do setor de telecomunicações, mídia e entretenimento dos EUA

Enquanto isso, a interação social desempenha um papel crucial na experiência esportiva dos fãs da Geração Z. A pesquisa mostra que, durante 61% do tempo, os fãs mais jovens assistem a eventos esportivos ao vivo em casa com outras pessoas. Além disso, 38% dos entrevistados disseram que estar com amigos em casa os tornaria mais propensos a assistir esportes.

Ídolos

A Deloitte acrescentou que a maioria dos fãs da Geração Z segue ao menos um perfil de atleta nas redes sociais. Desses, 46% assistem a um evento esportivo ao vivo de casa, se esse atleta estiver envolvido no jogo. Outros 33% preferem assistir ao evento no estádio, e não pela TV.

Outra constatação é que os torcedores estão redefinindo seus hábitos de consumo esportivo em casa, reunindo um mix de canais de engajamento, com uma mudança perceptível entre as gerações mais jovens. Três quartos dos fãs dependem da TV para assistir a eventos, mas isso diminui para 60% na Geração Z e nos Millennials, indicando que os fãs mais jovens estão acompanhando as competições utilizando outras telas.

“A Geração Z, em particular, busca experiências sociais imersivas tanto em casa quanto em eventos ao vivo, com uma tendência perceptível para múltiplos dispositivos e plataformas”, analisou Jana Arbanas.

Apostas

A pesquisa também examinou a integração das apostas esportivas na experiência do torcedor. Entre os entrevistados, os apostadores têm maior probabilidade de assistir a um jogo pessoalmente, comprar produtos licenciados, pagar por um serviço de streaming para assistir a esportes ou comprar ingressos para a temporada. Esse público também é o que mais participou de ligas de fantasy games no último ano em relação aos que não apostam.

Entre todos os fãs de esportes (com mais de 21 anos) que foram pesquisados, 22% disseram que fizeram apostas em eventos esportivos nos últimos 12 meses. Essa parcela aumenta para 30% entre a Geração Z e os Millennials. Entre os apostadores, 35% fazem apostas pelo menos uma vez por semana.

Streaming

A Deloitte também mostrou a crescente popularidade das transmissões via streaming. Quase um terço (30%) dos fãs (e 46% dos Millennials) assinaram serviços de vídeo sob demanda por assinatura especificamente para assistir a esportes nos últimos 12 meses.

“A ascensão dos serviços de streaming, juntamente com a mudança de comportamentos geracionais, exige uma mudança na forma como a indústria vê o engajamento”

Jana Arbanas, vice-presidente da Deloitte e líder do setor de telecomunicações, mídia e entretenimento dos EUA

O streaming representa 22% das transmissões entre os fãs de esporte. Já a TV (aberta e fechada) ainda responde por 60% dos eventos assistidos por esse grupo.

A melhor visualização da transmissão é citada por 64% da Geração Z, 71% dos Millennials e 52% da Geração X como a principal vantagem do streaming em relação à TV.

NFTs

A Deloitte também pesquisou o aumento do interesse em ativos digitais de clubes, ligas e atletas. Embora a Geração Z e os Millennials conheçam mais sobre NFTs e fan tokens, a adoção real deles permanece baixa.

De acordo com a pesquisa, apenas 7% dos fãs de esportes da Geração Z e da Geração Y compraram ou receberam um fan token. Já 8% compraram ou receberam um NFT relacionado a esportes ou atletas nos últimos 12 meses.

“Simultaneamente, a integração de apostas esportivas e ativos digitais como NFTs nos desafia a redefinir o envolvimento dos fãs”, analisou a executiva da Deloitte.

Os fãs também não estão muito conscientes sobre o propósito dos ativos digitais, incluindo NFTs relacionados a esportes. O estudo mostrou que 30% dos Millennials que estão familiarizados com NFTs no esporte dizem que são uma moda passageira. Já 36% acreditam que são um investimento. Outros 25% afirmam que são algo divertido para expressar seu fanatismo.

No entanto, se forem oferecidos os benefícios certos, mais torcedores estão dispostos a adquirir fan tokens. A pesquisa descobriu que cerca de 60% dos fãs estariam dispostos a comprar um fan token, se isso lhes oferecesse a chance de obter, de forma gratuita, mercadorias exclusivas ou assentos premium em um evento esportivo.

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