Sou do Esporte lança projeto para revelar tamanho da indústria do esporte no Brasil

Sou do Esporte fará estudo para medir o tamanho da indústria do esporte no Brasil - Divulgação

A ONG Sou do Esporte lançou um projeto pioneiro que calculará quanto movimenta a indústria do esporte brasileiro. Intitulado como PIB do Esporte Brasileiro, a iniciativa terá oito meses de um estudo que contemplará a cadeia produtiva do esporte, o investimento do poder público no setor, o impacto do segmento no consumo e variantes que surgirem ao longo do projeto.

“Queremos mostrar o protagonismo econômico do esporte e corroborar como este segmento é importante para o país, dando um norte a todos que investem no esporte para fazê-lo de forma mais clara e perene”, afirmou Fabiana Bentes, presidente da Sou do Esporte.

O estudo será financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, pasta em que são feitas pesquisas similares no país. A iniciativa terá parceria da consultoria EY, responsável pela metodologia de análise, e contará com o velejador e medalhista olímpico Lars Grael como embaixador.

“A ideia [do estudo] surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando percebi que o setor do esporte tinha uma séria deficiência de informação e não conseguiu reunir argumentos para defender o segmento na relevância econômica que ele tem”, contou Fabiana.

“Ou seja, existe uma debilidade no setor esportivo de se unir para ter visibilidade e para mobilizar o poder público”, completou.

Investimento

O objetivo é analisar o impacto econômico do ecossistema do esporte, visando a criar um conteúdo que sirva como base para o investimento do esporte pela iniciativa privada a médio e longo prazos, bem como trazer informações para potencializar as políticas públicas do setor.

“O nível de informações que temos hoje não convence nem o poder público nem a inciativa privada de que o investimento sustentável no esporte é muito mais efetivo que apenas em épocas de eventos, por exemplo”, analisou Fabiana.

“Vemos as estruturas do esporte pelo país precárias, as escolas deficitárias em oferecer o esporte para crianças e jovens, e as empresas criando estratégias momentâneas sem criar um ciclo de investimento sustentável no esporte”

 Fabiana Bentes, presidente da Sou do Esporte

Montante

Segundo a Sou do Esporte, o consumo impulsionado pelo setor no país movimenta bilhões de reais na economia, mas não há um estudo que possa medir esses números de forma mais aprofundada, detalhada e constante, que garanta a tomada de decisão das empresas para investir em projetos esportivos.

Outros segmentos, como a cultura e as indústrias criativas, contam com estimativas similares, tendo alcançado a participação de 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, e 2,63% na média entre os anos de 2012 e 2020, de acordo com um estudo do Itaú Cultural.

“Todo investimento de empresas privadas e do poder público no esporte retorna em termos de consumo, turismo, saúde, educação, geração de emprego e segurança pública, sendo uma valiosa ferramenta de crescimento econômico e desenvolvimento social para o país”, destacou Lars Grael.

“Além disso, recentemente foi criado o Plano Nacional do Desporto, mas que não observa de forma clara como o recurso chegará para o desenvolvimento do esporte no país. Por isso, esse projeto é tão importante para o esporte e para o país”, completou o velejador.

Retorno

Com o relatório final, a Sou do Esporte pretende responder questões como qual o nível de retorno dos esportes ao mercado e às marcas patrocinadoras, quais regiões são mais alinhadas às estratégias das empresas e quais impactos sociais, como vagas de empregos e impostos gerados, o setor, de fato, é capaz de realizar.

O projeto consolidará as informações sobre os esportes de maior representatividade econômica para o país além do futebol. Elas serão apresentadas em um primeiro relatório que contemplará modalidades olímpicas, paralímpicas, e-Sports, esportes não olímpicos e desporto militar.

O estudo PIB do Esporte Brasileiro tem como parceiros institucionais o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Comissão Desportiva Militar do Brasil, o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), a Fenaclubes e a Liga Nacional de Basquete (LNB), todas entidades fundamentais para o desenvolvimento do projeto.

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