A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciou, nesta sexta-feira (19), que a Enel é a nova patrocinadora da entidade, em um contrato válido por dois anos, com pagamento de R$ 12 milhões por temporada. Desse montante, R$ 8 milhões virão por meio de uma parceria com o uso da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), enquanto os outros R$ 4 milhões serão verba de marketing direto.
“A Enel já era apoiadora do Viva Vôlei. A partir dessa relação, houve a procura para que houvesse um projeto mais amplo. Eles serão nossos consultores para transição energética da CBV, que faz parte da estratégia ESG [governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês], que já vínhamos trabalhando há dois ou três anos”, contou Henrique Netto, diretor comercial e de novos negócios da CBV, em entrevista à Máquina do Esporte.
“Acreditamos na promoção do esporte como ferramenta de transformação social e estamos entusiasmados em apoiar oficialmente o vôlei brasileiro, que é motivo de orgulho e paixão nacional. Queremos também que esta parceria ajude a tornar o vôlei cada vez mais sustentável, auxiliando a confederação a acelerar a sua jornada de transição energética”, afirmou Damian Popolo, diretor de relações externas da Enel Brasil.
“Somos uma das maiores empresas de energia do Brasil e uma das líderes em geração solar e eólica no país. Acreditamos que essa parceria será muito proveitosa”, acrescentou.
Entre as propriedades negociadas entre a entidade e a empresa de energia estão os naming rights do CT da modalidade, em Saquarema (RJ), que passa a se chamar Centro de Desenvolvimento de Voleibol Saquarema Enel.
“Eles irão colaborar com a revitalização do CDV [Centro de Desenvolvimento de Voleibol], que completou 20 anos. Já temos projeto pronto, arquiteto contratado e aprovação com uso de lei estadual”, revelou Henrique Netto.
Ginásio e Museu
No CDV, haverá a instalação de placas para captação de energia solar, em iniciativa para que a CBV atinja a meta de carbono zero. Outro projeto seria a construção de um ginásio dentro do centro de treinamento.
“Seria uma arena multiuso, que possa receber eventos esportivos e de entretenimento. Mas isso ainda necessita de aprovação da Prefeitura de Saquarema”, contou o executivo.
Por conta da necessidade de aprovação do poder público, ainda não há uma previsão sobre qual a capacidade do futuro empreendimento. Há mais melhorias previstas para o local após a parceria firmada com a Enel.
“Outro fato importante é plantar a primeira semente do Museu do Voleibol”, disse Henrique Netto.
“Vamos organizar a memória do vôlei brasileiro. Isso abre a possibilidade de criarmos uma atração turística para Saquarema”
Henrique Netto, diretor comercial e de novos negócios da CBV
Outro projeto é utilizar o espaço para iniciativas educacionais relacionadas ao esporte, atraindo um público novo ao centro de treinamento da CBV.
“Poderíamos aproveitar os momentos de ociosidade das seleções e abrir o CDV para a realização de cursos. Isso ajudaria a custear a manutenção do espaço como um todo”, ressaltou.
Propriedades
Com o acordo, a Enel passa a ser a terceira maior patrocinadora da CBV, atrás apenas de Banco do Brasil, parceiro desde 1991, e Bet7k, que assinou contrato no ano passado. Por isso, além dos naming rights do CDV, a empresa de energia terá direito a uma série de outras propriedades.
Pelo contrato, a Enel também terá exposição nos shorts usados pela seleção brasileira. A empresa ainda poderá fazer ativações nos diversos eventos da CBV ao longo do ano, como o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia e a Superliga.
A estreia da parceria já acontecerá no próximo domingo (21), na final da Superliga Feminina, que terá o duelo entre Dentil Praia Clube e Gerdau Minas sendo disputado no Ginásio Geraldão, em Recife (PE).
“Já haverá placas da Enel ao redor da quadra e sinalizações da parceria pelo ginásio”, resumiu Henrique Netto.