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Vôlei Renata segmenta propriedades comerciais para garantir sustentabilidade financeira

Em entrevista à Máquina do Esporte, gestor do time explicou que a mudança começou em 2017 para não depender do financiamento de uma única empresa

Vôlei Renata em quadra durante partida pela Superliga Masculina 2025/2026 - Pedro Teixeira / Vôlei Renata

Para o projeto não depender de um único investidor, como acontece com muitos times da Superliga, o Vôlei Renata passou a segmentar e ampliar a oferta das suas propriedades comerciais a partir de 2017. A decisão veio depois da saída da Brasil Kirin, que era a patrocinadora principal e exclusiva da equipe à época.

Vale destacar que, nos primeiros anos, o projeto trabalhava com uma única cota comercial exclusiva, ou seja, uma marca pagava para ocupar todas as propriedades da equipe. O primeiro parceiro foi a Medley, entre 2010 e 2013, seguido pela Brasil Kirin, que manteve o acordo até 2017.

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Em entrevista à Máquina do Esporte, Fernando Maroni, gestor do Vôlei Renata, explicou que a dependência de um único parceiro representava um risco para a continuidade do projeto a longo prazo.

“Quando a gente perdeu a Medley, ela era a nossa única patrocinadora. Então, de fato, a saída dela poderia acabar com o projeto. [À época,] a gente trocou pela Brasil Kirin, que também tinha um contrato de exclusividade para todas as propriedades do uniforme e era o único patrocinador”, comentou Maroni, que participou de um debate envolvendo o tema no Sports Summit, em São Paulo (SP), na semana passada.

“Quando a marca saiu [em 2017], nós decidimos que esse modelo não era mais viável para não passar por essa situação de novo. Então, a gente criou a cota naming rights e outras cotas de patrocinadores. Atualmente, o projeto conta com 12 marcas com aporte financeiro, além de outros apoios e permutas”, acrescentou.

Modelo

A diversificação das cotas, segundo o gestor, ainda oferece uma segurança adicional ao projeto, já que o time não precisaria fechar as portas se o parceiro máster eventualmente decidir encerrar o contrato.

“Hoje, a gente tem, por exemplo, a Ultragaz, a Unimed Campinas, a EMS, que são empresas com faturamento bilionário, líderes dos seus segmentos [como nossas patrocinadoras]. Se eventualmente a Renata decidir sair, eu viro para uma dessas [marcas] que já estão dentro do projeto, e todas elas têm capacidade de assumir a cota de naming rights do time”, destacou Maroni. 

Para administrar e entregar valor para todos os seus parceiros, o Vôlei Renata ainda estabelece limites de oito exposições no uniforme, buscando evitar o excesso de marcas e a poluição visual na camisa do time.  A estratégia também envolve um equilíbrio entre marcas de abrangência nacional e parceiros regionais, com foco na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

“Eu tenho muitas marcas que consideram o mercado [da região de Campinas] como o principal para ser atingido com o patrocínio. A Adere é uma delas, o Goodbom, que é uma rede de supermercados do interior de São Paulo, é outra”, explicou o gestor do Vôlei Renata.