A importância das metas individuais e coletivas

Diego Ribas comemora gol pelo Santos no Brasileirão de 2004 - Marcelo Ferrelli / Gazeta Press

No início do ano, as equipes esportivas definem suas metas e objetivos. Assim também é nas nossas vidas, pessoalmente falando. E são as metas e objetivos traçados no começo da temporada que nos guiam durante o ano e sustentam o ânimo nos momentos de dificuldade.

Não traçar metas nos confunde e nos faz desperdiçar tempo e energia. Cada um faz suas metas do jeito que acha melhor. Eu, pessoalmente, gosto muito de visualizar meus sonhos. De forma literal mesmo: ver imagens que representam aquilo que tanto desejo. Tenho o costume de colocar fotos na parede para canalizar minhas energias nos meus objetivos de forma mais eficaz.

Na hora de traçar as metas no início do ano, existem dois pontos fundamentais: o primeiro é definir, no máximo, entre três e cinco metas, de maneira realista e específica. Alçar voos altos é uma atitude primordial na vida de qualquer pessoa que quer ir além, mas é imprescindível que objetivos palpáveis estejam sendo levados em consideração nesse momento. É necessário traçar metas que, apesar de ambiciosas, mantenham-se dentro da realidade de cada um. É preciso ter humildade para reconhecer suas limitações.

Depois, é preciso entender como você deve se preparar para executar suas metas, quais processos estão por trás daqueles objetivos, e pôr em prática o que foi predefinido. Por último (e principalmente), entender se você está disposto a pagar o preço que aquilo cobra de você. A combinação das metas com a definição da estratégia para alcançá-las é fundamental.

No esporte, constantemente estamos estipulando metas. E a expectativa é muito alta. Mas é aí que entra, mais uma vez, o papel do líder. É claro que cada atleta individualmente tem sua meta. O líder, por sua vez, tem que ter a sabedoria, a inteligência e a estratégia para estabelecer uma meta coletiva que realize todas as metas individuais.

Em uma equipe de futebol, por exemplo, você pode ter um jogador experiente querendo encerrar sua carreira de forma positiva, um jovem de 25 anos que quer ter seu contrato renovado, um jogador revelação que está subindo para o profissional e quer se firmar, dentre outros exemplos. É o líder que conseguirá estabelecer uma meta coletiva (seja ela a meta de ser campeão ou a de fazer um certo número de gols) que será capaz de realizar os sonhos e objetivos de todos, ou quase todos, e fará com que haja sucesso na missão.

A meta bem-definida transforma, encoraja. Em 2004, com o Santos próximo da zona de rebaixamento e com a seleção brasileira recém-eliminada do pré-Olímpico, Vanderlei Luxemburgo me ensinou muito sobre ambição e foco. Individualmente, aquele ano era um período sem grandes perspectivas positivas no futebol. Até que ele me chamou para uma conversa e falou que meu objetivo seria retornar à seleção brasileira e ser campeão brasileiro pelo Santos. Ou seja, ele traçou comigo uma meta individual e uma meta coletiva.

Essas metas ousadas pareciam impossíveis, mas ele acreditou no meu potencial. Só consegui concretizar porque ele me mostrou o caminho para alcançá-las. Passei a treinar mais, diminuí meu peso, comecei novos treinamentos e, em algum tempo, aconteceu. O Santos foi campeão brasileiro, e eu retornei à seleção brasileira. Até hoje sou grato a ele por essas metas e por essa lição de vida.

É tempo de ser objetivo, traçar metas e cumpri-las. Seja o líder do seu próprio destino. Mas lembre-se que, para ser um bom líder, suas metas individuais também precisam potencializar o coletivo, agregar às pessoas que estão ao seu redor. Porque metas têm que agregar e influenciar positivamente.

Diego Ribas é ex-jogador de futebol, com passagens por Santos, Flamengo, diversos clubes europeus e seleção brasileira. Atualmente, é palestrante, comentarista, apresentador do PodCast 10 & Faixa, garoto-propaganda de empresas como Genial Investimentos, Adidas, Colgate e Solides, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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