A Pele do Leão

Ação com torcedores definirá uma camisa colaborativa para o time baiano - Divulgação

A jornada do herói é um conceito narrativo popular proposto por Joseph Campbell em seu livro “O Herói de Mil Faces”. Ela descreve um padrão comum em muitas histórias épicas e mitológicas, em que um herói parte em uma jornada, enfrenta desafios, obtém conhecimento ou poderes especiais e retorna transformado.

Nesse sentido, provavelmente teremos em breve uma história épica e digna de filme que é a ascensão do Esporte Clube Vitória, time que vem vivenciando um momento promissor em sua trajetória na Série B do Campeonato Brasileiro e está muito próximo do seu desejado retorno à Série A do Brasileirão.

Fundado em 13 de maio de 1899 com o nome de Club de Cricket Victoria, o time teve seu nome alterado para o atual em 1946. É o clube mais velho do Nordeste e um dos mais antigos do Brasil.

Nos diversos elementos que montam a jornada do herói, a “Travessia” é a etapa em que é necessário superar obstáculos iniciais e entrar em um novo mundo ou realidade. Isso seguramente aconteceu no clube desde a remontagem do elenco, passando por mudanças significativas de estrutura e modelo de gestão, entre tantas outras que vêm proporcionando uma conexão ainda maior com seu torcedor. O mesmo torcedor, aliás, que viu o time muito próximo da Série D em 2022, mas que ajudou a equipe a conseguir não só se manter na Série C, mas conquistar o acesso à Série B para 2023 e hoje está na liderança do campeonato, podendo, em breve, comemorar o acesso à elite do futebol nacional, até um possível título e, assim, escrever uma página literalmente colossal na história do clube.

Nessa trajetória, a torcida, imprescindível como sempre, tem participado, junto ao clube, de etapas fundamentais que chamados de “Caminho do Retorno” e “Recompensa”.

A primeira é quando se enfrenta um teste final ou um desafio que testa a força, a habilidade ou a coragem ao máximo, e isso o clube vem ultrapassando a cada rodada do campeonato, com partidas duras e que certamente trazem a segunda, obtendo a recompensa das vitórias e da conquista dos pontos necessários que estão relacionados ao objetivo da jornada.

Não por acaso e sem absolutamente nenhuma coincidência, o clube, ao lado de seus parceiros de negócios e sua agência de marketing, desenvolveu uma campanha para a criação de uma camisa colaborativa e desenhada pelo torcedor que está em fase inicial de votação e que deve celebrar o retorno à elite. Ela leva no nome a força que esse símbolo e objeto de desejo possui para o torcedor, na ação de engajamento chamada Pele do Leão.

Com mais de 20 mil votos, as lindas camisas finalistas, desenvolvidas por torcedores, contam a história das origens do clube e da alcunha utilizada no seu mais amplo significado, pois só o torcedor rubro-negro baiano pode explicar o que é ser e ter a Pele do Leão, que não sente o gosto das disputas da Série A desde 2018.

A também chamada Fábrica de Talentos, que revelou estrelas como Dida, Vampeta, Bebeto, Edílson e Hulk, seguramente estará, em breve, escrevendo uma das partes mais importantes dessa trajetória recente, que fará parte de uma história gigante e riquíssima em conquistas, dentro de mais dois elementos que constroem a jornada do herói, a “Mudança” e a “Transformação”.

Nessa etapa que está cada vez mais próxima, será possível experimentar uma transformação que há muito a torcida espera e deseja por meio do amadurecimento, aprendizado e crescimento obtidos durante esse longo período em que o Leão esteve longe da Série A.

Toda essa jornada incrível poderá ser contada no maior símbolo de pertencimento para um torcedor, por intermédio de uma camisa desenhada por quem viveu as dores e as glórias nas arquibancadas do Barradão.

Dessa vez, eu não trouxe números, estatísticas, dados correlacionados ou qualquer informação que consiga demonstrar a grandeza dessa proeza, já que, nesse caso em especial, mesmo não sendo um guerreiro da toca, me toca o coração imaginar a emoção sem medida dos milhares de torcedores e torcedoras do Vitória que, em poucos dias, poderão ressurgir do lugar que jamais deveriam ter saído.

Portanto, prefiro me imaginar apenas e tão somente sendo mais um a vestir a Pele do Leão.

Reginaldo Diniz é cofundador e CEO do Grupo End to End e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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