Automobilismo nas alturas

O bar Lubrax nas Alturas a 35 metros içado por um guindaste - Foto / Luis Ferrari

O maior gargalo do automobilismo no Brasil não está nas pistas nem nas garagens. Categorias como a Stock Car, Porsche Cup, Endurance Brasil e as novas F4 Brasil e TCR não devem nada para seus pares internacionais no que se refere às disputas entre carros e equipes, qualidade dos pilotos, capacidade dos engenheiros e mecânicos, envolvimento dos patrocinadores nem promoção e cobertura dos eventos.

O que deixa o esporte a motor brasileiro aquém dos grandes campeonatos nacionais pelo mundo é a escassez de praças adequadas para receber corridas de alto nível. Neste ponto, até mesmo a vizinha Argentina, com sua eterna crise financeira, está quilômetros à frente da nossa realidade.

Exceção feita ao kart, fato é que não existe no Brasil nenhum campeonato que possa ser chamado de “Brasileiro”. A realidade do espore a motor no País se resume a duas pistas no Estado de São Paulo (Interlagos e Velocitta), Goiânia e, com alguma dose de boa vontade, três ou quatro no Sul (Cascavel, Tarumã, Velopark e Londrina).

Ou seja, na prática, o que temos são, no máximo, campeonatos Sul-Brasileiros de corridas de carro, com provas também em Goiânia.

Sim, é verdade que há anos o esporte a motor brasileiro espera a reforma da pista de Brasília. A capital federal revelou inúmeros talentos capazes de brilhar na F1 e outras grandes categorias internacionais como FE, WEC, Indycar e IMSA. Mas seu autódromo, vizinho de um estádio novinho em folha feito para a Copa do Mundo a custo bilionário e hoje sub-utilizado, segue “em reforma”.

Não por acaso, categorias como a Stock Car e a Porsche Cup têm em seus calendários de 2023 viagens programadas para a Argentina -além obviamente do TCR, onde isso seria natural por se tratar de um campeonato Sul-Americano.

Nesse sentido é um desafio hercúleo para as equipes comerciais venderem um campeonato nacional e às equipes de marketing ativar as corridas com as inevitáveis repetições de praças ao longo de uma mesma temporada.

A Stock Car, por exemplo, em 2023 tem três visitas programadas para Interlagos.

Como faz um patrocinador para convencer seu público de interesse a vir mais de uma vez ao camarote ou espaço corporativo dentro da mesma temporada? Se levarmos em conta que muitas dessas marcas têm algum envolvimento também com o GP Brasil de F1, são quatro vezes no ano…

O que o torcedor-consumidor que foi a Interlagos na segunda etapa da Stock Car em abril espera ver de diferente na corrida de julho? E o que será necessário inventar em termos de ativações para que ele volte mais tarde, em dezembro, apenas um mês e meio depois do GP de F1?

Pois bem, com muita criatividade, a Vibra mostrou o caminho no último fim de semana.

Para celebrar os 50 anos da marca Lubrax, a patrocinadora dos carros de Felipe Massa e Julio Campos inovou e entregou a seus convidados uma experiência inédita, o Lubrax nas Alturas.

Içado por um guindaste no traçado de apoio de Interlagos, o Lubrax nas Alturas era um bar a 35 metros de altura. Durante o domingo de corrida, cerca de 150 convidados do camarote da Vibra e clientes do programa Premmia, tiveram a oportunidade de tomar um drink com visão privilegiada da pista.

A cada 15 minutos 15 convidados tiveram a chance de ver praticamente todo o circuito de Interlagos desde um ponto de vista inédito e ainda foram brindados no fim com os primeiros pódios de Felipe Massa na Stock Car.

Decerto, os 150 felizardos vão querer retornar para a decisão do campeonato em dezembro. E o time de ativação da marca –assim como as equipes de marketing dos demais patrocinadores envolvidos na Stock Car – já estão quebrando a cabeça para montar uma ativação ainda mais vistosa.

Luis Ferrari é CEO da Ferrari Promo e escreve mensalmente na Máquina do Esporte sobre esporte a motor

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