Após meses conturbados por conta de ondas de demissões, as big techs parecem começar a se estabilizar novamente e conseguir olhar para frente. Entre elas, a Meta reapareceu mostrando força em junho e lançou uma grande novidade para WhatsApp e Instagram, duas de suas principais plataformas: os canais de transmissão. Por meio deles, abre-se a possibilidade de uma comunicação direta e total com todos os inscritos. Para os players do esporte, será uma excelente oportunidade para falar diretamente com os torcedores, sem depender do algoritmo de entrega de conteúdo na timeline.
Basicamente, os canais de transmissão no Instagram são conversas abertas na área das direct messages (mensagens diretas, em tradução livre) ou DMs, em que o dono do canal envia conteúdo (funciona apenas em uma via, já que os inscritos apenas recebem a comunicação e não conseguem responder ou conversar). Nesta plataforma, o esporte brasileiro já tem os seus primeiros cases. Corinthians e Flamengo utilizam a ferramenta e apresentam números muito interessantes: centenas de milhares de inscritos.
Como toda nova ferramenta digital, não há receita de bolo, e a maneira de atingir o sucesso é por meio de tentativa, erros e acertos. E a estratégia dos dois clubes no Instagram mostra bem isso: enquanto o Corinthians envia menos mensagens, o Flamengo não economiza. Para federações, ligas, demais equipes e atletas, os canais estarão disponíveis em breve.
Se no Instagram a ferramenta aparece como uma boa solução para driblar a dificuldade (leia-se algoritmo) e entregar o que há de mais relevante no conteúdo, no WhatsApp os canais de transmissão surgem como uma excelente alternativa gratuita para os principais players do esporte finalmente conseguirem estabelecer uma comunicação na aplicação mais usada no país. A solução na plataforma de conversas instantâneas ainda está em fase beta, sendo liberada apenas na Colômbia e em Singapura.
Mesmo sem ainda estar funcionando no Brasil, já há como prever o sucesso dos canais de transmissão no WhatsApp por aqui. Com o potencial da plataforma, há pouca dúvida de que clubes, atletas e confederações consigam montar uma nova base com alguns (ou muitos?) milhões de inscritos. A quantidade de inscritos, aliás, é uma das diferenças em relação às comunidades, outra ferramenta da aplicação. Enquanto as comunidades permitem apenas 2 mil participantes, os canais não terão limite.
André Stepan é jornalista, pós-graduado em marketing esportivo, especialista em comunicação e conteúdo digital, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte