Exposições de Copa do Mundo trazem lembranças ao torcedor

Está chegando a hora da bola rolar no Catar. E Copa do Mundo é sempre igual: do nada começa aquela febre de figurinhas para completar o álbum oficial, a imprensa usa toda a sua criatividade em busca de boas histórias, relembra outras Copas, aí chega o momento do lançamento das novas camisas da seleção brasileira, todo mundo quer adivinhar a lista final de convocados…

É sempre igual. E somos provocados por todos os lados a lembranças pessoais de Copas do Mundo.

Branco e Benarrivo estiveram em campo na final da Copa do Mundo de 1994 – Reprodução

Todo mundo tem as suas lembranças. Boas ou ruins, elas são pontos de contato sentimentais com a paixão que temos pelo futebol. Lembro bem daquela fatídica decisão por pênaltis contra a França em 1986. Lembro também de Caniggia driblando Taffarel em 1990. E vou pular aquele jogo contra a Alemanha…

Mas as melhores lembranças são os gols de falta do Branco contra a Holanda em 1994 e do Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra em 2002 (para mim, os gols mais importantes daquelas campanhas).

Nesse mês, os fanáticos por Copa do Mundo do Rio de Janeiro se deliciaram com duas exposições em shoppings da cidade que reuniram camisas, bolas, flâmulas, banners, faixas, recordes de jornais, mascotes e centenas de itens de memorabília que provocaram uma espécie de viagem no tempo. A exposição “Paixão Nacional”, projeto que teve como um dos curadores o meu amigo Marcelo Monteiro, um dos maiores colecionadores de camisas do país, trouxe itens desde o Mundial de 1930 até a última edição, na Rússia, em 2018.

Camisas da exposição “Paixão Nacional” no Rio de Janeiro – Reprodução

Outra mostra, a “Camisas Históricas das Seleções Mundiais”, como o próprio nome sugere, apresentou ao público camisas de diversas Copas do Mundo, com destaque para uma da Celeste Uruguaia do Maracanazo (1950), uma de Maradona do Mundial de 1986, uniformes de diversos países, além é claro, de mais de vinte camisas da seleção brasileira usadas em 1982, 1994, 1996, 2002, 2006, 2014 e 2018.

Ações como essas são importantes, fundamentais para que a História não se perca. Sou um apaixonado por memorabília esportiva e foi muito bom parar em frente de cada um desses itens, em especial das camisas de Branco e Ronaldinho, as mesmas das boas lembranças que citei acima, e lembrar onde eu estava há 28 e 20 anos, respectivamente. As fotos das duas camisas foram parar nos grupos de amigos do WhatsApp, amigos que estavam reunidos naqueles dois momentos. Excelentes lembranças!

Ronaldinho Gaúcho e Sheringham estiveram em campo nas quartas de final da Copa do Mundo de 2002 – Reprodução

Exposições de memorabília possuem esse poder. Poder de trazer de volta boas memórias, poder de resgatar bons momentos, de valorizar amizades, histórias que vivemos e a admiração por nossos ídolos que, infelizmente, acabam caindo no esquecimento. Deixo aqui também o link da exposição “Camisa Canarinho”, que passou pelo Maracanã, promovida por outro amigo, André Moura.

Muitas iniciativas como essas já rodaram e ainda estão rodando o país esquentando o clima pré-Copa no Rio de Janeiro, em São Paulo, Goiás, Pernambuco, Brasília…

E é por isso que o futebol é paixão nacional. Exposições como essas estimulam lembranças e aumentam as expectativas da torcida pela conquista do hexa mundial.

Samy Vaisman é jornalista, sócio-diretor da MPC Rio Comunicação (@mpcriocom), cofundador da Memorabília do Esporte (@memorabiliadoesporte) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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