Às marcas que estão chegando agora, bem-vindas. O futebol feminino precisa — e merece — vocês.
Mas, antes de ativar campanha, lançar filme ou publicar post de apoio, caberia refletir: o futebol feminino não é uma tendência. É um campo de luta.
Luta por estrutura, por visibilidade, por calendário, por respeito. Luta para existir com dignidade em um sistema que, até hoje, reserva o protagonismo (e o orçamento) ao futebol masculino.
Por isso, a pergunta é simples: sua marca entrará em campo só para a foto — ou para o jogo inteiro? Para o hype da Copa do Mundo — ou para o dia a dia dos clubes? Para as redes sociais — ou para a rede que sustenta quem faz o futebol acontecer?
Patrocínio não é post. É prioridade.
Não é hashtag. É escolha.
Se o discurso mudou, a prática precisa acompanhar.
O futebol feminino precisa de marcas que não apareçam só na final, mas que estejam desde o aquecimento.
A Copa do Mundo Feminina de 2027 acontecerá no Brasil. E ela não é só uma vitrine. É um espelho. É um espelho que refletirá, com nitidez, quem realmente esteve presente na construção dessa história.
E essa construção começa agora. Antes do apito inicial, antes do estádio cheio, antes da transmissão oficial.
Por isso, este é um convite às marcas: a atuarem desde já, a se somarem ao esforço coletivo que sustenta o futebol feminino muito antes da festa — e muito depois dela, a escolherem ser parte do jogo todos os dias, não só nos grandes momentos.
Porque quem joga junto desde o início, permanece na memória.
E ajuda a transformar o futuro.
Liana Bazanela é cofundadora da Hoc Sports