O Brasil na F1 e em sua rota

Felipe Drugovich em treino para o GP do Bahrein, com a logomarca da Porto Seguro no carro - Reprodução / Twitter (@AstonMartinF1)

A categoria rainha iniciou a temporada 2023 no último fim de semana no Bahrein, diante de grande expectativa no mundo todo. É fato, no entanto, que a dobradinha da Red Bull encabeçada obviamente por Max Verstappen não representou grande novidade na retomada da F1. Isso acabou deixando ainda mais em evidência o terceiro lugar de Fernando Alonso em sua estreia pela Aston Martin.

E, por tabela, a presença de marcas brasileiras no mais renomado evento do automobilismo mundial.

Se não temos (ainda) um piloto no grid mais cobiçado do planeta, o mercado nacional tem motivos para se orgulhar dos patrocínios firmados para a temporada 2023.

A começar, obviamente, pelo carro que foi a sensação da corrida, a Aston Martin de Alonso.

Em um esforço para impulsionar a carreira do atual campeão da Fórmula 2, Felipe Drugovich, que fez bonito na pré-temporada e esteve perto de estrear na F1 em razão da contusão no punho de Lance Stroll, a Porto Seguro e a XP passaram a estampar os carros da Aston Martin neste ano.

No caso da Porto, vale menção ao Grande Prêmio de São Paulo de 2022, quando teve uma arquibancada dedicada em Interlagos, espaço que contou com ativações interessantes e as presenças de Fefo e Dudu Barrichello. No ano passado, os filhos de Rubens Barrichello representaram a marca em parte de suas campanhas na F4 Brasil e na Fórmula Regional Europa, respectivamente.

Outra marca que colhe os frutos de sua bem-sucedida ação na temporada passada e vem com fôlego renovado para 2023 é a Oakberry. A euforia pela pole de Kevin Magnussen em Interlagos, no ano passado, deve ter rendido para a mais descolada marca de alimentação saudável do mercado brasileiro. E o vínculo com a Haas foi renovado para 2023, bem como o suporte ao seu piloto reserva, Pietro Fittipaldi. O piloto tem ainda apoios de Baterias Moura e Banco do Brasil na temporada.

Irmão mais novo de Pietro, Enzo estreou na temporada da F2 com o status de piloto do programa de desenvolvimento da Red Bull, impulsionado por Eurofarma, Baterias Moura e Banco do Brasil, além também da Oakberry.

Na F3, os brasileiros brilharam no Bahrein. Caio Collet subiu no pódio em terceiro lugar no sábado (4) e Gabriel Bortoleto venceu a corrida principal no domingo (5). Collet mais uma vez tem em seu carro a marca da Stuttgart Motorsport, enquanto Bortoleto defende as cores da Americanet e KTF Sports. A categoria tem ainda o estreante Roberto Faria, que leva no seu carro a marca da Go Cup.

Já foi abordado mais de uma vez que, no automobilismo atual, não basta talento para chegar ao topo. Por melhor que seja, um piloto precisa contar com o suporte de marcas comprometidas com seu projeto de longo prazo e capacidade de investimento. A concorrência é muito acirrada e há países que fazem do suporte aos seus talentos uma questão de Estado.

Nesse contexto, o empenho das marcas acima citadas deve ser ainda mais enaltecido. Investir na F1 e nas categorias suporte já foi um sonho distante para o mercado brasileiro. O fim de semana no Bahrein e a campanha publicitária do Itaú Personnalité com Lewis Hamilton como garoto-propaganda mostram que esse tempo já passou.

Luis Ferrari é CEO da Ferrari Promo e escreve mensalmente na Máquina do Esporte sobre esporte a motor

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