Há quem diga que o maior evento esportivo do mundo é a Copa do Mundo de Futebol e há quem diga que são os Jogos Olímpicos. Posso dizer que tive a oportunidade de trabalhar em algumas edições de ambos os eventos e, assim, sou mais inclinado a concordar com os que consideram os Jogos Olímpicos o maior evento esportivo do mundo.
Não acredito que exista uma verdade única para isso, mas os meus motivos para acreditar nesta teoria são a quantidade de atletas, a quantidade de modalidades esportivas envolvidas e a quantidade de eventos. Enquanto a Copa do Mundo se “resume” a 64 jogos (até o Catar 2022; a partir de 2026, serão 104 partidas), em um único dia de Jogos Olímpicos podemos ter 104 eventos das mais variadas modalidades.
Trago o tema nesta sexta-feira (26) com um certo saudosismo, pois era muito divertido estar em uma Central de Produção com vários monitores ligados em diferentes eventos e podendo acompanhar todos eles ao mesmo tempo. Hoje, como espectador em casa, fica mais difícil ver tudo, acompanhar tudo de perto, mesmo com todas as opções de cobertura que temos no Brasil. Na verdade, é impossível.
Durante as próximas duas semanas, teremos cobertura de mais de 200 horas de conteúdo na Globo, na TV aberta. Aqui, o foco serão os brasileiros, principalmente em modalidades coletivas, como vôlei, basquete, futebol e handebol, costurando com a participação de brasileiros em modalidades individuais, como skate, surfe, judô, natação e atletismo, entre tantos outros. Muitos deles esportes que, durante os quatro anos entre uma Olimpíada e outra, têm pouquíssima exposição na TV, e ainda menos na TV aberta.
O Sportv, que normalmente tem três canais nas operadoras de TV por assinatura, abrirá um quarto canal para poder acompanhar também um pouco de tudo. Um dos canais (Sportv 2) terá a opção da programação em 4K, e teremos um pouco de tudo para assistir até o dia 11 de agosto. A programação dos canais Sportv ficará toda focada nos Jogos de Paris ao longo do dia, e apenas quando o futebol brasileiro, que não será interrompido durante a Olimpíada, estiver sendo disputado é que a programação olímpica deve ser interrompida.
O assinante do Globoplay +Canais é o único que terá a oportunidade de ver todos os eventos, já que, por meio da plataforma de streaming, o Sportv disponibilizará todos os sinais que são produzidos pela OBS, produtora responsável pela produção de todo o evento. Serão mais de 40 canais à disposição do assinante.
Paris 2024 também marca uma novidade na cobertura de Jogos Olímpicos. Será a primeira vez no Brasil que teremos uma outra opção gratuita para acompanhar os Jogos. A Cazé TV, que agora, além de canal no YouTube, também é um canal Fast 24/7 em plataformas como a Samsung TV Plus e o Meli+, plataforma de streaming recém-lançada do Mercado Livre, também cobrirá os Jogos e transmitirá os principais eventos para sua audiência. E aí fica a cargo do espectador escolher se prefere uma cobertura mais tradicional como a do Grupo Globo ou o novo jeito de fazer transmissões da Cazé TV.
Uma outra novidade também é o Canal Olímpico do Brasil, gerenciado e produzido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). O Canal Olímpico não comprou os direitos para os Jogos, ou seja, não poderá transmitir os eventos olímpicos, mas, por ser gerenciado pelo COB, tem acesso a atletas, treinadores e, consequentemente, conteúdos que nenhuma outra plataforma tem. Então, vale muito ficar atento ao app e ao canal no YouTube.
Na Casa Brasil, montada pelo COB no Parc de la Villette, um estúdio abrigará duas edições diárias do COBCast, com apresentação de Beth Romero e Fernando Nardini. Galvão Bueno estará presente também na primeira edição diária do programa, além de comandar um programa chamado “Paris é Aqui”. O Canal Olímpico do Brasil ainda produzirá outros programas ao longo do dia, como a “Live Olímpica”, com um atleta falando dos bastidores dos Jogos, e o “Bonsoir”, com um boletim para resumir o dia olímpico.
Outras emissoras que não têm os direitos de transmissão dos Jogos também estão em Paris produzindo conteúdo e gerando visibilidade para atletas e modalidades que nem sempre têm espaço no dia a dia da mídia no Brasil. Paris 2024 já começou, e o saudosismo aqui é grande por não ter telas suficientes para acompanhar tudo como eu fazia quando estava in loco. Mas, mesmo de longe, sigo na torcida pelo sucesso de todos os atletas brasileiros.
Evandro Figueira é vice-presidente da IMG Media no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte