Sim, este próximo domingo, 29 de maio, é aquela data que o fã de automobilismo deixa marcada com antecedência no calendário. GP de Mônaco pela manhã, Indy500 no início da tarde. E, para os mais animados, ainda tem a Coca-Cola 600, a prova mais longa da Nascar, à noite.
Começando pelos Estados Unidos, vale a pena prestar atenção à nova geração da Indycar. O Brasil segue bem representado na mais nobre corrida de monoposto das Américas com Helio Castroneves atrás da inédita quinta conquista em Indianápolis, além de Tony Kanaan, que parte em sexto nesta temporada. Mas nomes até há pouco desconhecidos, como Alex Palou, Scott McLaughlin, Colton Herta, Pato O’Ward, Rinus Veekay, Christian Lundgaard e Callum Ilot sugerem um futuro muito promissor e internacionalmente relevante para a Indycar.
A Indy já foi um mercado muito pujante para os brasileiros, mas atualmente o único piloto do país correndo regularmente todas as etapas de uma categoria do programa da Indycar é o pernambucano Kiko Porto, na Indy Pro 2000, divisão intermediária do programa Road to Indy, entre a USF2000 e a Indy Lights.
Na cena de monopostos europeia, em contraste, a safra brasileira é a melhor dos últimos anos.
Além de Pietro Fittipaldi, reserva da equipe Haas na F1, o Brasil tem o líder da F2, Felipe Drugovich, como “bola da vez” por uma oportunidade na categoria rainha. Em seu terceiro ano no degrau final antes da F1, o paranaense venceu as duas corridas do fim deste final de semana em Barcelona, na Espanha, e já faz jus tanto a um teste na categoria máxima quanto à atenção de patrocinadores para suportar seu projeto. Ele é um dos raros pilotos da F2 sem vínculo com programas de desenvolvimento das equipes de F1.
Na F3, temos apenas um brasileiro no grid, vinculado a um programa de desenvolvimento da Alpine. O paulista Caio Collet subiu no pódio uma vez em terceiro em Barcelona, na prova de sábado (21), e parece ter reencontrado a rota do sucesso com a equipe MP Motorsport, a mesma de Drugovich na F2, depois de duas jornadas turbulentas no Bahrein e em Ímola. Na Itália, saiu sem pontos mesmo tendo liderado as duas corridas.
O degrau seguinte é a Freca, Formula Regional Europe by Alpine, que tem algumas etapas em conjunto com a F1 e outras como evento-suporte de outras categorias. Gabriel Bortoletto e Dudu Barrichello são os brasileiros na Freca, que acelerarão em Monaco também no próximo fim de semana.
A F4 é a classe seguinte, com inúmeros campeonatos espalhados pelo mundo. O mais tradicional é o italiano. O pernambucano Rafael Câmara (na foto ao lado), agenciado por Dudu Massa e integrante do programa de desenvolvimento de talentos da Ferrari, é o brasileiro de destaque nessa divisão. Ele foi vice-campeão da F4 dos Emirados Árabes Unidos no início do ano e está em segundo lugar tanto no Italiano quanto no Alemão. Emmo Fittipaldi Jr, o filho mais jovem do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, também corre nestes eventos. Outro brasileiro que disputou a abertura do Italiano em Ímola foi Pedro Clerot.
Clerot, aliás, é um dos 16 integrantes do pioneiro grid da F4 Brasil. Defendendo a equipe Full Time, ele venceu a primeira e a terceira corridas da história do campeonato nacional. A F4 Brasil nasceu com patrocínio forte do BRB, os mesmos carros que competem no mundo inteiro, nomes fortes no grid, como Fernando Barrichello, Felipe Barrichello Bartz e Nicolas Giaffone, além de patrocinadores expressivos.
Não por acaso, o ex “F1 Supremo” e marido da vice-presidente da FIA para a América Latina, Bernie Ecclestone, fez questão de comparecer ao evento inaugural no Velocitta, onde visitou o box de Aurelia Nobels, a única mulher do grid, que corre patrocinada pela Shell.
Luis Ferrari é sócio-fundador da Ferrari Promo, agência-boutique especializada em relações públicas no esporte a motor, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte