Opinião: Inteligência e estratégia na busca por um patrocínio

Um dos grandes desafios que temos no mercado esportivo é viabilizar junto ao mercado publicitário o patrocínio para as iniciativas. De patrocínio de clubes a eventos esportivos, de projetos sociais a placa de campo, ou até de equipes de e-Sports a modalidades olímpicas, e finalizando com influenciadores e personalidades esportivas.

O leque de oportunidades existentes é incontável. Diante disso, é fácil constatar que os executivos das empresas são impactados diariamente por essas oportunidades.

Desde que optei por sair do Flamengo e seguir a vida com a minha própria agência, sou procurado por diversos profissionais do mercado pedindo ajuda na captação de patrocínios para tais iniciativas. Meu papel é fazer um filtro supercriterioso e somente dar andamento àquelas propostas relevantes que de fato façam sentido para algum cliente.

Já os departamentos de marketing recebem tantos projetos que mal conseguem parar e analisar aqueles que fazem sentido, marcar uma reunião e dar prosseguimento ao assunto. Acaba que o relacionamento de quem apresenta faz a diferença nesse momento.

Escrevi tudo isso acima para chegar no seguinte: você percebeu que tanto as empresas quanto as agências são impactadas diariamente por diversas iniciativas buscando captação?

Por isso, para você que tem um projeto para apresentar, peço que pare, estude seu projeto e responda algumas perguntas antes de mostrá-lo a alguém:

O objetivo do meu texto é despertar nas pessoas essa reflexão. Será que estou usando o relacionamento que tenho de forma inteligente ou estou a cada dia me distanciando desse profissional que pode investir em algum projeto meu?

Use os acessos e o relacionamento de forma inteligente. Entenda o produto que você possui. Analise se esse produto está alinhado com as características que você pesquisou sobre a empresa para quem apresentará determinado projeto.

Vou dar um exemplo prático disso. Em janeiro, tive o prazer de me reunir com o Rafael Montalvão, diretor de marketing da Magalu. Foi uma conversa superagradável. Falamos do mercado esportivo, de oportunidades no segmento e de quais eram os objetivos da marca, entre muitos outros assuntos.

De lá para cá, já recebi mais de 50 projetos em que eu poderia acionar o Rafael para apresentar. Ele certamente me ouviria. Mas sabe em quantos eu fiz isso? Nenhum.

E por que não? Porque não encontrei nenhum projeto em que tivesse a convicção de que o Rafael acharia sensacional. Então, para que vou “queimar esse cartucho”? No dia em que eu procurá-lo novamente, certamente ele me ouvirá.

Estou falando do Rafael, mas poderia ser o Alexandre (da Betano), o Sdei (da Adidas), o Yunes (do Mercado Livre), etc.

Quando tiver a convicção de que seu projeto é sua “bala de prata“, siga em frente. Do contrário, a chance de você não sair do status de “tentando buscar patrocinador” é muito grande.

Bernardo Pontes é sócio na Alob Sports, fundador da SporTeach e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

Sair da versão mobile