Opinião: Uma breve história do (meu) tempo

Não sei o que é ter tempo desde o terceiro período da faculdade, quando comecei a estagiar no falecido “Jornal dos Sports”, do Rio de Janeiro, junto às aulas e às regatas do Campeonato Estadual de Remo pelo Botafogo. Tudo ao mesmo tempo e agora, sempre. Fui emendando uma coisa na outra, buscando novas oportunidades e querendo sempre mais, mais e mais. Até que chegou o dia 1° de janeiro de 2022.

Um a um, fui saindo dos grupos de WhatsApp. Olhando para a agenda dos próximos dias, não havia uma profusão de compromissos sobrepostos nem nada urgente poderia pipocar no meu celular. Passei a ter tempo novamente.

E tempo bem utilizado é uma riqueza e tanto.

Tempo para valorizar relações (pessoais e profissionais), que ficam à mercê sempre das prioridades de trabalho.

Tempo também para estudar, outra coisa que não fazia de verdade desde que peguei o diploma de comunicação da PUC-Rio no século passado. A possibilidade de continuar cursando o MEMOS (Executive Masters in Sports Organization Management) é um presente que recebi do Comitê Olímpico do Brasil e da Solidariedade Olímpica Internacional mesmo após minha saída do COB.

E sabem o que tem sido melhor? O tempo para olhar para o mercado de fora. Tempo de refletir e relativizar o que vejo, de valorizar o que é feito – e tem tanta coisa boa por aí. Tempo de relativizar e de pensar. De aprender. Com calma, sem a afobação que a vida nos impõe.

Tudo bem, confesso: ter tempo para a gincana que é tirar o visto e tomar as providências para a viagem para Paris, em março, tem sido meio estressante. Mas até esse processo enlouquecedor tem isso interessante.

Estou há 19 dias nesse inesperado sabático (achei chiquérrimo o que a Máquina do Esporte escreveu!) e bastante curiosa para saber aonde essa revolução francesa vai me levar.

Manoela Penna ocupou a posição de diretora de comunicação e marketing do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de agosto de 2018 a dezembro de 2021, quando deixou a entidade para um período sabático em Paris até 2024. Antes do COB, esteve por 16 anos à frente de uma das mais premiadas agências de comunicação especializadas em esportes do país, a In Press Media Guide.
Entre 2002 e 2018, teve trabalhos reconhecidos com quatro Leões no Festival de Cannes (case com a agência AlmapBBDO para a Gol Linhas aéreas na Copa do Mundo de 2018), seis Prêmios Aberje, além de dois Sabre Awards e do Grand Prix de PR do Wave Festival. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, liderou ações para 14 clientes, entre confederações, empresas patrocinadoras, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Organizador dos Jogos.
No COB, ao integrar as áreas de comunicação e marketing, acelerou o processo de resgate da credibilidade da entidade junto à sociedade e ao mercado, levando o COB a ocupar o segundo lugar no ranking global de Comitês Olímpicos por sua presença digital (Ibope/Repucom), lançando o inovador projeto de streaming Canal Olímpico do Brasil, incluindo responsabilidade social na agenda da instituição e atraindo novas marcas para o Movimento Olímpico.

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