Paris virou baile!

Barco brasileiro na Cerimônia de Abertura de Paris 2024 - Alexandre Loureiro / COB

Barco brasileiro desfila na Cerimônia de Abertura de Paris 2024 - Alexandre Loureiro / COB

Difícil colocar em palavras o que foram os Jogos de Paris 2024. Uma simbiose perfeita entre atletas, esportes, torcedores e uma cidade que se preparou muito para fazer algo grandioso e inovador.

As inovações desses Jogos Olímpicos começaram antes mesmo de sua abertura, já que Paris 2024 foi a primeira edição a contar com um tapete vermelho prévio ao início da Cerimônia da Abertura, onde desfilaram cantoras, cantores, atrizes, atores, estilistas, príncipes, ex-atletas etc. Os mesmos que depois foram figuras frequentes nas arquibancadas.

Por falar em Cerimônia de Abertura, essa também merece uma menção super honrosa por seu ineditismo. Diferente de tudo que estávamos acostumados. Trazendo os atletas para navegarem no Rio Sena e com uma narrativa em que misturava a tradicional parada de atletas (nesse caso de barco) a atos que contavam a história da cerimônia ao redor da cidade.

Aproximar atletas do público foi um dos motes de Paris 2024. Na TV vimos muito mais imagens de áreas de aquecimento, salas de chamadas e o dia a dia das grandes estrelas dos Jogos. Na cidade, em frente à Torre Eiffel, foi criado o Parque dos Campeões, onde os medalhistas eram convidados a celebrar junto ao público, que podia entrar gratuitamente e quem sabe ter a sorte de tirar uma selfie com um campeão olímpico. No Parque dos Campeões vimos imagens icônicas de atletas com suas medalhas em frente à torre. O festejo foi tão bem aceito por atletas, mídia de todo o mundo e público, que vai ser difícil ver futuras edições dos Jogos sem o seu Parque dos Campeões.

A aposta na utilização do transporte público como principal meio de locomoção para espectadores, imprensa, convidados vips e até parte de atletas deu muito certo. Apoiado no que talvez seja uma das melhores malhas de metroviárias do mundo interligada a diversos outros modais de transporte, a locomoção entre instalações esportivas foi muito fácil. Para melhorar a experiência do consumidor trens e estações ganharam sinalizações olímpicas extras. Em termos de locomoção merece destaque também as bicicletas compartilhadas por aplicativos que desempenharam um papel importante para deslocar torcedores de um evento para o outro. Era comum vermos pessoas com camisas de diversos países pedalando pelas ruas de Paris.

Outra opção para as pessoas sem ingressos, mas que queriam vivenciar a atmosfera dos Jogos, era o Parque das Nações, no qual foram instaladas as “casas” de diversos países, entre elas a Casa Brasil, Casa Colômbia, Club France e Canada Olympic House. O Parque das Nações virou um ponto de encontro mundial, onde se ouvia diferentes línguas, experimentava-se diversos sabores e ainda podia cruzar com atletas olímpicos de todo o mundo.

É preciso mencionar também a Marathon Pour Tous, na qual, pela primeira vez na história, corredores amadores de todo o mundo puderam participar de uma maratona no mesmo percurso da competição olímpica, poucas horas depois dos atletas profissionais. Ao final da prova, os reles mortais também ganharam as suas medalhas.

A máxima exemplificação do desejo de integrar o público com a cidade e os esportes pôde ser vista na sede La Concorde. Nesse ponto central e icônico da capital francesa foi montada uma gigantesca estrutura temporária para receber todos os esportes radicais dos jogos. O torcedor, além de ter a possibilidade de acompanhar todos os esportes radicais em um único local, ainda podia desfrutar de exibições de artes, shows e participar de experimentações esportivas, de basquete 3×3, breaking, skate e BMX.

Se existe nome para uma harmonia perfeita entre a cidade, os atletas, as modalidades esportivas e os torcedores, sem dúvida ela se chama Paris 2024.

Que venham os Jogos Paralímpicos para sentirmos um pouco mais disso tudo.

Romulo Macedo foi chefe de operações de mídia da Copa América 2024 e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

Sair da versão mobile