Abril foi um mês marcante para a Memorabília do Esporte. Depois de algumas semanas de planejamento, ajustes e muitas conversas, foi lançada no dia 10, às 10h10min (sim, 10, 10, 10…), a campanha, um abaixo-assinado público, para transformar “Pelé” em verbete na Língua Portuguesa. “Pelé no Dicionário” foi uma iniciativa costurada a várias mãos, mas com o dedo primordial do amigo Denys Presman, que trouxe essa ideia para a Memorabília do Esporte.
Dali em diante, vieram as parcerias com a End to End (Bruno Brum), o Sportv, o Santos Futebol Clube e a bênção da Pelé Foundation. E foi questão de tempo para que a campanha se transformasse num golaço. Ver o maior camisa 10 da história presente no dicionário é uma conquista especial, representa muito da proposta e da essência da Memorabília do Esporte, a chance de eternizar não apenas o maior atleta de todos, mas de prestar tributo à memória do maior de todos os tempos.
Como dizia o vídeo da campanha: “Toda palavra tem um significado. Todo mundo sabe quem foi Pelé”. Agora, no dicionário, a dimensão do que ele representa.
“Pelé não ajudou a escrever a História. Ele é a História”, disse Nelson Rodrigues. Foram mais de 125 mil assinaturas em apenas duas semanas, uma campanha que rodou o mundo, foi notícia em vários países e alcançou seus objetivos, coroando mais uma homenagem ao Rei. É preciso agradecer também à Melhoramentos, editora responsável pelo Michaelis, pela parceria e por entender o tamanho desse movimento.
No palco do Sports Summit, em São Paulo, a oficialização de Pelé no Michaelis como “que ou aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada ou a ninguém, assim como Pelé, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado o maior atleta de todos os tempos; excepcional, incomparável, único. Exemplos: Ele é o pelé do basquete. Ela é a pelé do tênis. Ela é a pelé da dramaturgia brasileira”.
Orgulho em ver a Memorabília do Esporte colaborando com a memória do esporte brasileiro. Pelé eterno!
E, ainda sobre Pelé…
Alô, Netflix!
Assisti no fim de semana a “King of Collectibles – The Goldin Touch” (“Coleções que valem Ouro”, em português), série de seis episódios recém-lançada pela Netflix, que conta um pouco da rotina e do universo da memorabília nos EUA. Para quem é entusiasta de colecionáveis, para quem curte memorabília, mais do que recomendo. Até para quem não é familiarizado com esse mundo, vale assistir.
Tendo como protagonista Ken Goldin, fundador da Goldin Co, a número 1 em compra, venda e leilões de memorabília/colecionáveis do mundo, o documentário é bem bacana, traz coadjuvantes que enriquecem o conteúdo, mostra o potencial e as loucuras que acontecem nesse mercado, os bastidores, as fortunas que circulam entre negociações (principalmente envolvendo itens de esportes) e algumas histórias reais.
Mas comete um erro imperdoável, especialmente se considerarmos que a empresa tem expertise em esportes. Em uma negociação com um colecionador de camisas de futebol, Ken pisa feio na bola ao apresentar uma camisa usada por Lionel Messi no Barcelona, no “El Clásico” de 2017, como a peça mais importante do futebol mundial.
Acho que vou ter que mandar um Michaelis para Ken Goldin.
Com todo respeito ao Messi.
Samy Vaisman é jornalista, sócio-diretor da MPC Rio Comunicação (@mpcriocom), cofundador da Memorabília do Esporte (@memorabiliadoesporte) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte