Prazer, Champions League!

Bernardo Pontes e a réplica gigante da "Orelhuda", colocada pela Uefa em um ponto turístico de Istambul - Arquivo Pessoal

Senta aqui, precisamos falar de Champions League, para muitos o maior torneio de futebol do mundo.

Fui convidado pela Lay’s, patrocinadora do torneio, para viver essa experiência direto de Istambul, na Turquia. Fui com o influenciador Negrete, que participou de uma campanha da marca que contou ainda com Ale Xavier, Tommer Savoia e Juninho Manela.

Sempre tive a percepção de que a Champions é o Pelé dos torneios de clubes, ou seja, todos os pontos de contato e interação precisam ser entregues em um nível muito acima do normal. Afinal, é a Champions League, com todo respeito aos outros torneios.

Já tinha ido a alguns outros jogos da competição em grandes estádios, mas final foi a primeira. Por isso, minha expectativa era encontrar um padrão Disney na entrega.

Antes de aprofundar no tema, vamos falar sobre Istambul. Fiquei com a impressão de que a cidade não abraçou o torneio. Quando chegamos, imaginei ver o aeroporto em clima de Champions, mas, tirando a ativação da Adidas em um dos corredores centrais do desembarque, mais nada.

Na cidade, quase nenhuma sinalização referente à competição. Imaginava um Rio de Janeiro em tempos de Rock in Rio, com a cidade respirando o evento. Mobiliários urbanos, logomarca espalhada pelas principais vias. Não vi nada disso.

Para respirar a Champions, somente na Fan Fest e na Praça Taksim, onde tinha a taça gigante, uma bola Adidas e uma loja oficial. Além disso, apenas alguns eventos privados dos patrocinadores.

Cidade muito cheia, um trânsito caótico para todos os lados, porém nada por conta da Champions. Segundo pessoas locais, sempre foi assim, mas, nesse final de semana, a diferença era o clima de festa em alguns locais da cidade.

Fui com uma expectativa bem alta para a Fan Fest. Como falei, achava que encontraria a Disney lá. O clima estava bem legal, o lugar era bem amplo, havia diversas ativações por parte dos patrocinadores e bastante fila. Fiquei 40 minutos na fila da loja oficial, até que desisti e fui embora.

Uma sugestão seria espalhar totens de autoatendimento (até mesmo com promotores com pirulito) com sistema de estoque integrado, em que você compra o seu produto e vai na loja apenas para retirar, sendo três ou quatro pontos de retirada. Não apenas um. Isso certamente diminuiria ou até mesmo zeraria as filas.

O mesmo vale para os bares. Muitas filas por conta da centralização da operação. Em locais como esses, em que há diversos perfis de pessoas, o tempo de compra costuma ser bem maior que o habitual. Primeiro, porque a comunicação entre o atendente e o cliente não é sempre fluida por conta dos idiomas e sotaques. Some-se a isso a questão do pagamento. Paga em euro e reclama que o troco é na moeda turca, cartão não passou por ser compra internacional. Enfim, acontece de tudo um pouco. Por isso, é fundamental descentralizar a operação.

Saí frustrado da Fan Fest por não ter conseguido comprar a réplica da taça. No dia seguinte, já sabendo das filas, cheguei às 10h30, meia hora antes da abertura, na frente da loja da praça que comentei (em frente ao meu hotel). O tumulto foi se formando, a loja abriu às 11h10 e, para minha triste surpresa, sequer tinha a taça à venda naquela loja.

Na verdade, não são lojas, são tendas com um balcão. Você chega no balcão e tem um banner gigante com todos os produtos disponíveis e seus respectivos preços. Você escolhe o que quer, e o vendedor vai atrás do banner e pega.

Com uma operação menor do que a da Fan Fest, alguns produtos não foram comercializados ali. Somente na Fan Fest. Só descobri isso depois que a loja abriu. Para não ficar sem levar nada, comprei uma camisa e um cachecol por 1650 liras turcas, algo em torno de R$ 330, na cotação atual.

E vamos para o jogo.

Já sabendo que o trânsito seria um caos, optamos por ir de metrô. Nessa parte, foi tudo muito fácil. Todas as estações que passamos contavam com uma comunicação indicativa clara do caminho para o estádio. Era impossível errar.

Cheguei no entorno do estádio e imaginei encontrar minimamente uma Fan Zone, e olha que meu portão era do outro lado, ou seja, andamos bastante em volta do estádio e não vimos nada de nenhum patrocinador nem da própria competição.

Com a expectativa lá em cima, imaginei que no estádio teriam várias lojinhas e operação de alimentação padrão NBA. Que nada. O que vi foram filas e mais filas e mais filas. Dessa vez, nem tentei entrar. Comprei biscoito com um ambulante mesmo (€ 10), sendo que no bar era € 4.

Como ponto positivo, vale destacar a internet do Estádio Olímpico de Istambul. Nunca havia ido a um jogo de futebol lotado, com a internet funcionando tão bem. E não era só a minha, mas de todos os criadores de conteúdo que estavam comigo. Não era wi-fi, era 4G mesmo, mas numa velocidade de wi-fi.

No fim das contas, mesmo com todas as questões que relatei aqui, sendo muito sincero, é uma competição diferente, de fato. O clima do estádio, a alegria de quem estava lá. Quando tocou a trilha sonora da competição, olhei para o lado e vi pessoas chorando, emocionadas pela oportunidade de viverem aquela experiência.

Vale muito a pena para quem tiver a oportunidade de vivê-la também. Quanto a mim, fico na esperança de, quando voltar a uma final de Champions, encontrar tudo, mas tudo com um processo de encantamento que faça jus ao tamanho da competição.

Ah, e o jogo? Isso sim é a Disney do futebol!

Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência de marketing esportivo especializada em intermediação e ativação no esporte, que conecta atletas e personalidades esportivas a marcas, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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