Rio Open mostra importância da continuidade no esporte

Nona edição do Rio Open está sendo disputada no Jockey Club Brasileiro, na capital fluminense - Wagner Giannella / Máquina do Esporte

“Se tiver ingresso sobrando, eu compro”. A frase não é de nenhum torcedor na porta de um estádio, mas de cambistas que se aglomeram no portão de acesso do público no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ). Os cambistas também estão atrás de ingressos para o Rio Open, que terminará neste domingo (26).

A procura “às avessas” revela o quanto o torneio de tênis, que em 2023 completa sua nona edição, caiu nas graças do público brasileiro. Por mais que tivéssemos também o Carnaval nos primeiros três dias do evento, o Rio Open teve lotação máxima desde a segunda-feira (20) e terá até o domingo (26).

Voltei para cá após cinco edições ausente. A última vez que tinha vindo foi em 2016, pouco antes dos Jogos Olímpicos. Era a terceira edição do Rio Open, que vinha crescendo, mas ainda estava longe de cumprir todos aqueles propósitos que a IMM, organizadora do torneio, vinha dizendo que eram seus objetivos.

Seis anos e cinco edições depois, o Rio Open conseguiu ser um evento que está “maior” do que o tênis. Se você vir uma quadra central com espaços vazios em um ou outro jogo, saiba que, nos corredores do Leblon Boulevard, as lojas da Fila, do Rio Open e da Wilson vendem – e muito. As lojas de alimentação estão abarrotadas. E os estandes das marcas têm muita gente enfileirada para participar das brincadeiras. Das mais simples às mais tecnológicas.

Estamos, desde segunda-feira (20), conversando com os patrocinadores do torneio. Experiência de marca e aproximação com o público são as palavras de ordem na maioria deles. As marcas têm, no Rio Open, o momento de se encontrar com o fã e transmitir sua história.

Soma-se a esse cenário um Carlos Alcaraz para desfilar seu talento em quadra, e a mágica está feita. O torcedor comparece em peso no complexo do Jockey para acompanhar o evento. A ponto de o cambista te abordar na entrada do espaço não para vender, mas para comprar ingresso.

Há seis anos, parecia difícil imaginar que o Rio Open ficaria lotado se não tivesse um Rafael Nadal na programação. Em seus primeiros anos de vida, o torneio precisou do astro espanhol para chamar o torcedor. Agora, nove edições depois da estreia em 2014 (não houve torneio em 2021 por conta da pandemia de Covid-19), a competição mostra que já faz parte da rotina do torcedor.

Continuidade é palavra-chave para quem trabalha com esporte. E a busca por ingressos por parte dos cambistas no torneio é a mostra de que a IMM colocou o evento nos trilhos. Que as outras modalidades possam se espelhar no Rio Open para construir, no longo prazo, um evento para chamar de seu.

Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo

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