Recentemente, publiquei um artigo discutindo o cenário do conteúdo esportivo no Brasil após o Desimpedidos. Naquela época, o Esporte Interativo era um dos maiores canais de esportes do mundo, e até clubes como Santos e Corinthians já tinham seus próprios canais no YouTube.
Isso lá no longínquo ano de 2013. Desde então, o mercado brasileiro de conteúdo esportivo só cresceu.
Pode parecer que tudo já foi explorado nesse mundo, mas a realidade é bem diferente. Tive a oportunidade de entrevistar Guilherme Prado, um dos sócios do Goat, uma empresa de conteúdo esportivo que reúne nomes de peso, como Antonio Tabet, o Kibe Louco (que além de seu papel no Porta dos Fundos, possui histórico no mundo esportivo, incluindo a vice-presidência de comunicação do Flamengo) e Ricardo Taves (CEO da empresa, com experiência em clubes como Corinthians e Flamengo, além da empresa FC Diez Media).
Taves foi convidado do Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte, na segunda quinzena de agosto. A entrevista feita por Erich Beting e Gheorge Rodriguez pode ser assistida abaixo.
Aqui estão as principais informações que descobri sobre o que faz o Goat se destacar no mercado:
1. Conteúdo Recorrente e Gratuito
Ao contrário de outras iniciativas, o Goat se preocupa em oferecer um calendário recorrente e gratuito de torneios, como a Liga Saudita, a Bundesliga, a MLS e a Série C do Campeonato Brasileiro, entre outros. Isso cria uma sensação de continuidade para a audiência, incentivando o hábito de acompanhamento.
2. Público Abrangente
A empresa busca ser menos formal do que a TV convencional e menos escrachada do que muitos imaginam uma iniciativa no YouTube. Com isso em mente, o Goat acredita que pode alcançar um público diversificado, de 15 a 60 anos.
3. Desafios da Monetização
É importante destacar que o Goat ainda não completou dois meses de existência, e, portanto, não há uma série histórica para uma análise precisa. No entanto, os custos envolvidos nessa empreitada são um desafio que a empresa espera superar, entre outras fontes, com os resultados do YouTube.
4. Expertise e Visão de Negócios
O Goat reúne talentos com vasta experiência em grandes clubes brasileiros, no mundo digital, no futebol e no mundo dos negócios esportivos. Isso revela que soluções de negócios aparentemente simples podem não ser tão óbvias de serem percebidas e executadas.
5. Oportunidades no Mercado
Guilherme lembrou que os brasileiros foram acostumados a consumir futebol gratuitamente (sem ter que pagar por assinaturas) e que durante muitos anos ficaram à mercê de cinco ou seis canais de TV. Recordou também que existem muitas oportunidades não exploradas no cenário do conteúdo esportivo, especialmente em um país com uma grande presença nas redes sociais e influenciadores digitais.
Eis as principais métricas de audiência do Goat referentes ao mês de agosto de 2023. Os números são impressionantes:
- Quase 5 milhões de espectadores únicos;
- Maior público entre 18 e 35 anos;
- Mais de 13 milhões de visualizações em vídeos ao vivo;
- Taxa de cliques (CTR) de 7,2%, ou seja, muitas pessoas foram impactadas pelo conteúdo e clicaram nos vídeos;
- 154 milhões de impressões;
- Mais de 1 milhão de espectadores recorrentes;
- Mais de 3,4 milhões de espectadores nos vídeos ao vivo;
- 90,4% da audiência no Brasil;
- Quase 3 milhões de horas assistidas;
- Crescimento de 415 mil inscritos.
Para a alegria deste que escreve o artigo, o Goat está entrando no mundo dos games, com o primeiro movimento sendo a transmissão da eLibertadores.
Quer conhecer mais sobre o Goat? Visite o linktree.com/canalgoatBR e acompanhe essa jornada.
O mercado do conteúdo esportivo no Brasil está mais vivo do que nunca, e o Goat está provando isso com menos de dois meses de vida.
Alessandro Sassaroli é diretor comercial de gaming na Webedia Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte