Última volta para a temporada 2023

Campeã na classe Challenge, Antonella Bassani ajudou a "bombar" a Porsche Cup em 2023 - Reprodução / X (@antonella_bassa)

O ano do esporte a motor receberá sua bandeirada quadriculada no próximo fim de semana, em Interlagos, com a decisão do título da Stock Car. Sete pilotos estão credenciados para a coroa, inclusive o eterno Rubens Barrichello.

Temos promessa de casa cheia para o capítulo final de uma temporada muito positiva para o esporte a motor brasileiro.

Começando pela Stock Car, vale destacar que a tradicional competitividade dentro da pista nesta temporada ganhou mais lustro com ações expressivas de marketing e ativações ao longo da temporada. E o ano que vem promete mais ainda, com os testes do tecnológico carro novo e a expectativa de novas pistas, como um circuito de rua em Belo Horizonte (MG), El Pinar, no Uruguai, e o parto da tão prometida e aguardada reforma de Brasília (DF).

A categoria de acesso, rebatizada recentemente de Stock Series, também mostrou reação depois de bater no fundo do poço há poucos anos. A promessa de uma bolsa para o campeão subir à Stock Car principal é um atrativo valioso para pilotos e patrocinadores.

Quanto à F4 Brasil, é verdade que não teve grids completos em 2023 como na temporada de estreia no ano anterior, mas mostrou que deixou de ser promessa e virou realidade. O sucesso das corridas dentro do evento da F1 no mês passado comprova a saúde do evento. Na frente desportiva, aguardamos mais uma forte exportação de pilotos, como no fim do primeiro campeonato, quando 7 dos 16 competidores foram correr fora do Brasil.

Ainda na família Vicar, merece destaque o crescimento da Turismo Nacional. As categorias “regionais de marcas” foram decisivamente repaginadas com um evento de primeira linha e regulamento claro. O envolvimento com a Tribo do Gaules foi outro golaço, que levou a categoria a novas audiências.

Outro ponto favorável foi a promoção de suas corridas em eventos compartilhados com as provas de TCR Brasil e Sul-Americano em território brasileiro. Assim, a organização criou um plano de carreira autêntico para pilotos interessados em carros de tração dianteira. E, considerando os surgimentos do TCR World Tour e TCR World Ranking em 2023, não é exagero afirmar que existe uma escada de progressão de carreira iniciada em divisões regionais e com rumo ao exterior, inclusive com vínculos entre pilotos e grandes montadoras globais.

A Porsche Cup mais uma vez mostrou força com seus eventos de sprint e endurance. Interlagos recebeu, no meio do ano e no final da temporada, mais de 20 mil pessoas nas arquibancadas, um recorde para os eventos da categoria. Ajudou muito o sucesso da adolescente Antonella Bassani, campeã na classe Challenge e primeira mulher a fazer pole, ganhar corrida e também o campeonato no Brasil com o carro patrocinado pela Mobil

Mas o verdadeiro show (com perdão ao trocadilho) foi da equipe de promoção de evento da categoria, com atrações musicais em quase todas as etapas do calendário. As áreas de hospitalidade da Porsche Cup são as mais destacadas do esporte brasileiro e rivalizam com o que há de melhor em grandes eventos do esporte a motor, como 24 Horas de Le Mans, Indy 500 e corridas da F1.

O ano foi muito positivo também para a antiga “Sprint Race”, agora rebatizada como Nascar Brasil. Tanto que os dirigentes da Nascar nos EUA proporcionaram testes aos pilotos brasileiros e estudam ampliar a plataforma de cooperação. Quando foi anunciada a parceria, no início do ano, pairavam dúvidas sobre se o vínculo entre as categorias iria além do uso do nome consagrado. E as ativações e intercâmbio ao longo da temporada provaram que sim.

Do exterior, também comemoramos grandes vitórias. É verdade que ficou um gosto de “quero mais” depois de Felipe Drugovich entregar boas sessões de testes nas poucas chances que teve de sentar no F1 da Aston Martin. Mas os títulos de Gabriel Bortoleto na FIA F3 e Nicolas Giaffone na US Junior mostram que o Brasil tem futuro tanto nos monopostos europeus quanto na escalada da Indycar, para onde ensaia migração também o talentoso Caio Collet, após anos nas categorias de base europeias.

Luis Ferrari é CEO da Ferrari Promo e escreve mensalmente na Máquina do Esporte sobre esporte a motor

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