Um ano pós-Copa mais quente que o habitual

Sites de apostas seguem fortes no mercado em 2023, com acordos com grandes clubes como o Botafogo - Divulgação

O ano mal começou e já podemos observar indícios de que o mercado esportivo vem forte para 2023.

Normalmente, anos posteriores aos de Copa do Mundo são de investimentos mais sóbrios em relação ao ano do maior torneio do mundo. O segmento esportivo, porém, vive um momento tão quente que 2023 tende a ser um ano excepcional em termos de geração de negócios.

Começo citando o “momento das bets”.

Com a escassez de oportunidade e com os principais ativos esportivos ocupados, os clubes que tiveram contratos encerrando em dezembro de 2022 conseguiram seus “maiores contratos da história”. Casos de clubes como Bahia, Vasco, Cruzeiro, Botafogo e muitos outros.

E os torneios esportivos também aproveitaram a onda, com a chegada da Betano como naming rights da Copa do Brasil e Supercopa Masculina e Feminina. 

O desafio das entidades esportivas é não ficar refém das bets, sendo fundamental maximizar suas receitas de patrocínio com empresas de outros segmentos. É evitar o fator “Caixa Econômica”, que, quando saiu, em 2019, deixou alguns clubes com dificuldades de atingir os números que tinham com a estatal.

Mas o mercado bet é apenas uma das iniciativas que impulsionam o mercado.

Os direitos de transmissão estão ganhando cada vez mais notoriedade.

“Onde vai passar o jogo hoje?” Essa é a pergunta que todo torcedor se faz em dia de jogo.

Isso se deve ao fato do mercado estar em constante mudança.

Destaque para o Paramount+, que adquiriu os direitos da Libertadores e da Sul-Americana pelos próximos quatro anos.

Além disso, a Cazé TV, cada vez mais forte com a transmissão do Mundial de Clubes, agora também se tornou parte do projeto de padrinhos oficiais do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Por último, percebo aqui na agência uma movimentação forte de empresas e agências de publicidade buscando cada vez mais aproximação com o mercado esportivo. Seja para ativação de patrocínio já adquirido ou então para aproximação com clubes, atletas e influenciadores.

O mercado está pulsando, e as oportunidades surgem todos os dias.

E não é só no futebol. No tênis, o Rio Open 2023 terá mais de 20 marcas parceiras, recorde entre todas as edições. No surfe, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira são os novos embaixadores da Vivo.

Isso é reflexo da profissionalização do mercado esportivo. Antigamente, não havia mão de obra suficiente para se montar bons projetos e, em alguns casos, faltava até mesmo credibilidade por parte das entidades.

Agora, o mercado ganhou corpo, e as empresas e agências já entenderam que o esporte é um caminho pavimentado para atingir o emocional do seu cliente.

Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência especializada em conectar atletas e personalidades esportivas a marcas, também sócio da BP Sports, agência com foco em intermediação e ativação no esporte, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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