O primeiro ano de mercado totalmente regulamentado ajudou a impulsionar o crescimento do BIS Sigma Américas em 2025. O evento da indústria de apostas, que está sendo realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP), viu um aumento de 28% no espaço de exposição, que neste ano possui 32 mil m2.
“São mais de 300 expositores e patrocinadores, porque algumas empresas acabaram optando por não ter um estande, mas entraram com patrocínio, expondo a marca de alguma forma”, contou Alessandro Valente, cofundador do BIS Sigma Américas, em entrevista à Máquina do Esporte.
“Teremos de 16 mil a 18 mil congressistas visitando [o evento]. Gente do mundo todo, de mais de 60 países, com certeza”, completou o executivo.
Regulamentação
Para o organizador, a regulamentação do setor pelo Governo Federal, ocorrida a partir de 1º de janeiro, gerou uma onda de interesse dos grandes conglomerados internacionais de jogos eletrônicos e apostas em atuar no mercado brasileiro.
“Com a segurança jurídica, todos podem aproveitar essa onda e participar dela investindo, desenvolvendo sistemas e negócios para essa indústria. É uma indústria nova, é um dinheiro novo”, destacou Valente.
O coorganizador do BIS Sigma Américas fez uma comparação com o Reino Unido, considerado hoje o principal mercado de apostas do mundo.
“O Brasil é um continente. Temos aqui a possibilidade diferente do Reino Unido, que é um país menor, com população reduzida”, analisou.
Segundo Valente, o mercado brasileiro já é imenso, mas ainda há milhões de clientes a serem conquistados pela indústria do setor.
“São mais de 200 milhões de habitantes. Se você considerar a faixa que pode apostar, ou seja, maior de idade e com condições financeiras, estamos falando de pelo menos 60 milhões de pessoas que têm alguma propensão a apostar, por exemplo, que pode utilizar R$ 50 a R$ 100 por mês e não vai fazer diferença”, afirmou.
“Porque o jogo tem que ser moderado. O jogo responsável é outro ponto muito importante”, acrescentou.
Crescimento
Pela lei brasileira, cada casa de apostas pode explorar até três marcas, embora muitas delas não façam uso desse dispositivo. Segundo a última atualização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), 177 marcas de 81 empresas (média de 2,2 por companhia) estão habilitadas a operar no Brasil.
Dessas, 9,9% das firmas e 10,16% das marcas ainda não contam com licença definitiva, atuando graças a alguma determinação judicial. Ou seja, podem voltar à ilegalidade caso a liminar que garante o funcionamento seja cassada.
Para o coorganizador do BIS Sigma Américas, esse mercado não está saturado. Outras marcas ainda chegarão ao Brasil.
“Ainda não chegamos no limite de quantidade de marcas. Podemos ver, nos próximos meses ou anos, alguma consolidação, mas tem muita marca chegando agora”, ressaltou Valente.
De acordo com o executivo, além de quem ainda vai chegar, há empresas já habilitadas que pretendem lançar novas marcas. A legislação concede o direito de cada empresa explorar até três marcas por taxa de outorga paga ao Governo Federal (R$ 30 milhões por cinco anos de licença).
“A fila tem mais de 200 [empresas] que aplicaram [documentação no Ministério da Fazenda]. Na primeira janela, já passaram algumas. Na próxima janela, deve ter mais gente recebendo suas licenças”, concluiu.