Copa do Mundo Feminina: Como o torneio evoluiu do ponto de vista dos negócios?

Troféu da Copa do Mundo Feminina ao lado da bola oficial da edição de 2015 do torneio - Reprodução / Fifa

A primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino organizada pela Fifa aconteceu em 1991, na China, onde 12 seleções nacionais disputaram a competição que foi vencida pelos Estados Unidos. Depois de mais de 30 anos, o Mundial chega à sua nona edição completamente diferente, com grandes marcas envolvidas, cobertura de mídia no mundo inteiro e um público fiel à modalidade disposto a torcer e consumir o evento.

Mas como a Copa do Mundo Feminina alcançou esse patamar? Como deixou o desinteresse da imprensa na edição de 1991 para passar a ser transmitida para mais de 180 localidades em 2023? Como saiu de 12 seleções participantes em 1995 para chegar a este ano com 32 times disputando o título?

Tudo começou em 1986, quando, em um Congresso da Fifa voltado para a Copa do Mundo Masculina do México daquele ano, a representante norueguesa Ellen Wille realizou um discurso firme e reivindicou mais atenção ao futebol feminino por parte da entidade e seus dirigentes. 

“Eu tive que lutar para que o futebol feminino fosse reconhecido na Noruega e queria continuar isso internacionalmente. Então, subi ao palco no Congresso da Fifa e apontei que o futebol feminino não era mencionado em nenhum documento. Também disse que já era hora das mulheres terem sua própria Copa do Mundo e de participarem do torneio olímpico de futebol”

Ellen Wille, em entrevista à Fifa

Teste

Pressionada pela fala da norueguesa e por alguns torneios de seleções femininas que estavam crescendo na época, como Eurocopa, Copa da Ásia e o Mundialito (competição realizada de forma independente à Fifa entre 1981 e 1988), a entidade máxima do futebol decidiu promover um campeonato experimental em 1988, com sede na China, para testar o interesse do público e a viabilidade financeira do evento.

Com 12 seleções convidadas, a competição ocorreu em novembro, durante 13 dias, em quatro cidades da província chinesa de Cantão. O torneio foi vencido pela Noruega, em uma decisão que teve público superior a 30 mil pessoas. Além disso, a média de torcedores presentes nos jogos durante todo o evento foi de quase 15 mil torcedores.

O teste foi bem-sucedido e, com isso, a Fifa passou a ter o caminho aberto para promover a primeira Copa do Mundo Feminina oficial da história. O evento foi marcado e realizado em 1991, mas sem a identidade de uma Copa do Mundo.

Copa do Mundo Feminina de 1991

Com o temor de um possível fracasso comercial do evento, a Fifa não atribuiu o nome Copa do Mundo ao Mundial Feminino de 1991. A entidade não queria correr riscos com sua maior e mais valiosa marca em um torneio novo e que, apesar dos testes em 1988, ainda não tinha sido validado no mercado sob as condições que enfrentaria como uma Copa do Mundo Feminina oficial.

Dessa forma, o evento foi chamado de 1º Campeonato Mundial da Fifa de Futebol Feminino. Com relação às marcas, a entidade vendeu os naming rights e os direitos exclusivos de patrocínio do torneio para a Mars, que promoveu a sua linha de chocolates M&M’s durante a competição. Por conta disso, a Copa do Mundo Feminina de 1991 também ficou conhecida como M&M’s Cup.

Ingresso da primeira Copa do Mundo Feminina, realizada em 1991 e patrocinada pela M&M’s – Reprodução / National Football Museum

Cerca de 510 mil pessoas compareceram aos estádios durante o Mundial, o que equivale a uma média de 19.615 espectadores por jogo, número superior ao alcançado no torneio experimental. Além disso, a decisão entre China e Estados Unidos contou com a presença de 63 mil torcedores no Estádio Tianhe, em Guangzhou.

Os números mostraram que a estratégia da Fifa de manter a sede do torneio-teste para o Mundial de 1991 deu resultado. A entidade buscou minimizar ao máximo os riscos para o evento e, nesse sentido, apostou naquilo que já tinha dado certo.

Porém, apesar do sucesso de público local, a mídia internacional não se interessou pelo torneio. Raros foram os jogos transmitidos e nenhuma emissora relevante em nível global, especialmente as de sinal aberto de televisão, mostrou o Mundial.

Copa do Mundo Feminina de 1995

Na segunda edição do torneio, disputada em 1995, na Suécia, houve evoluções importantes para o desenvolvimento do evento. A primeira, e mais importante, foi que a Fifa corrigiu seu erro de promover partidas de 80 minutos no Mundial de 1991, com o argumento de que as mulheres não aguentariam fisicamente uma partida completa de futebol.

Em 1995, os jogos tiveram 90 minutos de tempo regulamentar. Além disso, a Fifa usou a competição para testar um sistema de “tempo técnico” de 2 minutos durante as partidas. A iniciativa não foi bem-sucedida, e a entidade optou por não levar a ideia a outros eventos.

Outra mudança importante foi que a competição passou a se chamar Copa do Mundo Feminina, apesar de ainda contar com o subtítulo 2º Campeonato Mundial da Fifa de Futebol Feminino.

Jogo entre Inglaterra e Noruega pela Copa do Mundo Feminina de 1995 – Reprodução / National Football Museum

Com relação aos patrocinadores, a Mars seguiu como parceira da competição, porém, em vez da M&M’s, a empresa ativou sua marca de chocolates Snickers durante o Mundial.

A mídia, por sua vez, começou a se interessar pelo torneio. Nos Estados Unidos, diferentemente do que aconteceu na edição de 1991, a ESPN mostrou todos os seis jogos da seleção norte-americana na Copa do Mundo Feminina. Porém, vale ressaltar que não com transmissões ao vivo, mas reproduzindo VTs das partidas.

Com a presença de 112.213 pessoas no evento, o Mundial Feminino de 1995 registrou uma média de 4.316 mil torcedores por jogo, um número consideravelmente abaixo do alcançado na China, quatro anos antes.

Além disso, vale destacar que a competição serviu como classificatória para a modalidade nas Olimpíadas de Atlanta 1996. Era a primeira vez que o futebol feminino seria disputado nos Jogos Olímpicos e, como não houve tempo suficiente para promover as Eliminatórias, o Mundial da Fifa exerceu esse papel.

Copa do Mundo Feminina de 1999

A virada de chave do ponto de vista dos negócios para a Copa do Mundo Feminina aconteceu em 1999. Após inaugurar o evento em 1991 e entender que a edição de 1995 serviu como “ajuste de rota”, a Fifa levou o terceiro Mundial da modalidade para os Estados Unidos, onde se encontrava o futebol feminino mais desenvolvido do planeta.

Além disso, o país tinha recém-sediado a Copa do Mundo Masculina, em 1994, e já possuía experiência em organizar o evento. Outro aspecto que contribuiu para o sucesso do Mundial Feminino de 1999 foram os estádios grandes e modernos que os Estados Unidos possuem por causa das grandes ligas do país, principalmente a NFL. Havia a facilidade de transformar o campo dessa modalidade no padrão das regras do futebol.

Com isso, para a Copa do Mundo Feminina foram usados os estádios de diversos times da liga de futebol americano, como o Foxboro Stadium, do New England Patriots, o Soldier Field, do Chicago Bears e o Giants Stadium, do New York Giants.

Também foram aproveitados estádios de universidades americanas, como o da Universidade de Portland e o da Universidade Stanford, que tinha capacidade para mais de 85 mil pessoas.

Na mídia, todas as 32 partidas do torneio foram transmitidas com alcance nacional nos Estados Unidos, pela ABC e pela ESPN, que pertencem ao Grupo Disney, o que resultou em uma estimativa de que cerca de 40 milhões de pessoas assistiram ao Mundial somente no país norte-americano. Apenas a final da competição teve uma audiência de 18 milhões de espectadores nos EUA.

Em termos globais, o evento também foi bem-sucedido e alcançou números muito superiores aos de suas duas edições anteriores. De acordo com uma publicação do jornal “Asbury Park Press”, de Nova Jersey, datada de 22 de junho de 1999, a competição seria transmitida para 74 países e mais de 1.900 profissionais de imprensa tinham se credenciado para cobrir o evento.

Outro destaque da Copa do Mundo Feminina de 1999 foi a presença do público nos estádios. No geral, mais de 1,214 milhão de pessoas compareceram aos jogos, o que resultou em uma média de 37.944 torcedores por partida.

Seleção dos EUA comemora o título da Copa do Mundo Feminina de 1999 – Reprodução / U.S. Soccer

Além disso, a final entre Estados Unidos e China, disputada no Estádio Rose Bowl, em Los Angeles, e vencida pelas donas da casa nos pênaltis, alcançou o recorde de partida de futebol feminino com o maior público da história, na época. Atualmente, a final desse Mundial ocupa o terceiro lugar da lista, que conta com duas partidas recentes do Barcelona no Camp Nou nas duas primeiras posições.

A Copa do Mundo de 1999 também marcou a ascensão dos debates sobre igualdade de gênero entre os Mundiais Masculino e Feminino. Um fator que impulsionou essas discussões foi a proximidade com que os Estados Unidos sediaram os dois torneios, o que permitiu uma comparação direta entre a disparidade dos investimentos realizados em cada evento.

Para realizar o Mundial Feminino, o comitê organizador teve um orçamento de cerca de US$ 30 milhões, sendo que US$ 6 milhões foram arrecadados por meio de patrocínios, segundo o Sports Business Journal (SBJ). O torneio fechou acordos com marcas como Adidas, Allstate Insurance, Coca-Cola e HP.

Já a organização da Copa do Mundo Masculina de 1994 teve uma verba dez vezes maior. Com relação às parcerias comerciais, o evento faturou mais de US$ 40 milhões.

Copa do Mundo Feminina de 2003

Prevista para acontecer na China, a Copa do Mundo Feminina de 2003 teve sua sede alterada por conta de uma epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que surgiu no país em 2002 e inviabilizou a realização do Mundial no local.

Com isso, a Fifa precisava de uma alternativa rápida e viável, já que a decisão de realocar o evento aconteceu a pouco mais de 120 dias para o início da competição. Vale destacar que a entidade ainda pagou US$ 1,5 milhão à China como forma de reembolsar alguns gastos do país com o torneio. 

No dia 26 de maio de 2003, foi divulgada a nova sede. A Fifa optou pelos Estados Unidos em uma disputa que contou com outras quatro candidaturas (Austrália, Canadá, Itália e Suécia).

O formato foi o mesmo da edição de 1999, também realizada no país, com 16 seleções divididas em quatro grupos de quatro times. Após a primeira fase, as duas melhores seleções de cada chave avançaram às quartas de final. A partir de então, a competição seguiu pelos confrontos de semifinal, final e disputa pelo terceiro lugar.

Em 2003, mais de 140 países transmitiram a Copa do Mundo Feminina e aproximadamente 2.500 profissionais de imprensa se credenciaram para cobrir o evento. Além disso, a decisão entre Alemanha e Suécia, vencida pelas alemãs, registrou uma audiência de cerca de 13 milhões de espectadores no país que levou o título.

Já na Suécia, por volta de 4 milhões de pessoas assistiram à final, o que representou, à época, o melhor índice de audiência da história do canal local TV4. Com uma internet mais desenvolvida e popular em 2003, o site oficial da Fifa alcançou 50 milhões de impressões durante o Mundial. 

Segundo um relatório divulgado pela entidade sobre os resultados alcançados pela Copa do Mundo Feminina de 2003, mais de 20 pessoas, incluindo profissionais da Fifa e do Yahoo, parceiro oficial do Mundial, trabalharam na cobertura do evento para o site da Federação Internacional de Futebol.

No marketing, o torneio atraiu 14 patrocinadores e contou com diversas ativações, como a exposição móvel da Copa do Mundo Feminina, que viajou por 18 cidades dos Estados Unidos, em parceria com a Hyundai, assim como o campeonato de futebol e a festa do pijama para crianças promovida pelo McDonald’s, em Los Angeles, além de outras ações do Youth Programme (Programa Juvenil) da Fifa e das premiações às melhores jogadoras do Mundial.

Como parceiros, a Copa do Mundo Feminina de 2003 teve: Adidas, Avaya, Budweiser (Bud Light), Coca-Cola, Deutsche Telekom, Emirates, Fujifilm, Hyundai, Mastercard, McDonald’s, Philips, Toshiba e Yahoo.

Sobre a presença do público, 679.664 pessoas compareceram aos 32 jogos do Mundial, o que equivale a uma média de 21.240 torcedores por partida. O número foi consideravelmente inferior ao alcançado pelo Mundial de 1999, realizado também nos Estados Unidos. Um dos fatores que explica essa diferença de aproximadamente 500 mil pessoas foi a capacidade inferior dos estádios que receberam o torneio de 2003.

Para efeito de comparação, nenhum estádio da Copa do Mundo Feminina de 2003 comportava mais de 80 mil pessoas, enquanto três da edição de 1999 tinham pelo menos essa capacidade.

Copa do Mundo Feminina de 2007

Depois de não conseguir sediar a Copa do Mundo Feminina de 2003 por conta da epidemia de Sars, a China foi nomeada para receber a edição de 2007 do torneio, que pela primeira vez forneceu premiação em dinheiro para as seleções participantes.

A campeã Alemanha faturou US$ 1 milhão, enquanto o Brasil recebeu US$ 800 mil pelo vice-campeonato. Já o terceiro lugar, que ficou com as norte-americanas, teve direito a US$ 650 mil, e o quarto a US$ 550 mil. As seleções eliminadas nas oitavas de final garantiram US$ 300 mil cada uma e as que não avançaram da fase de grupos, US$ 200 mil.

O destaque da Copa do Mundo Feminina de 2007 ficou por conta do público que, assim como no Mundial de 1999, ultrapassou a marca de 1 milhão de torcedores. No total, 1.190.971 pessoas estiveram nos 32 jogos do torneio. A média de público por partida ficou em 37.218 espectadores.

Já na mídia, segundo um relatório da Fifa, o evento foi transmitido para mais de 200 países, o que representou um aumento de 40% em relação ao Mundial de 2003. A competição teve patrocinadores como Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai Motor Group, Sony e Visa.

Copa do Mundo Feminina de 2011

Anunciada em 2007 como sede da Copa do Mundo Feminina de 2011, a Alemanha foi o segundo país europeu a receber o evento. Com duas edições do Mundial realizadas na China e outras duas nos Estados Unidos, a Suécia era a única nação do velho continente que tinha sediado a competição, em 1995.

Do ponto de vista comercial, a Copa da Alemanha contou com 12 acordos de patrocínio, sendo Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai Motor Group, Sony e Visa parceiros da Fifa, e Allianz, Commerzbank, Deutsche Bahn, Deutsche Post, T-Mobile e Rewe patrocinadores nacionais do evento.

Além disso, o Mundial também marcou a primeira edição do álbum de figurinhas da Copa do Mundo Feminina. O sucesso foi grande e, de acordo com dados da Panini, após 15 dias do lançamento do produto, por volta de 4,5 milhões de pacotinhos já haviam sido vendidos apenas na Alemanha.

Álbum de figurinhas da Copa do Mundo Feminina de 2011 – Reprodução

Com relação ao público, 845.711 pessoas marcaram presença nas partidas, o que corresponde a uma média de 26.428 torcedores por jogo. Frankfurt foi a cidade que recebeu o maior número de torcedores durante o Mundial, com 178.927 espectadores em quatro confrontos disputados na então Commerzbank Arena, que atualmente carrega o nome de Deutsche Bank Park.

Do outro lado, o local que menos recebeu torcedores foi Bochum, cidade ao lado de Dortmund, que teve a presença de 52.574 espectadores somando-se os quatro jogos disputados em seu estádio. A média de público do Mundial foi de 13.144 pessoas por partida.

A cobertura da mídia também ganhou novidades. Isso porque houve um aumento no número de câmeras disponíveis para a transmissão dos jogos, o que possibilitou capturar imagens aéreas e de dentro dos gols. Além disso, a competição foi exibida em 200 países. No Brasil, Sportv e Esporte Interativo, que sublicenciou os direitos do Grupo Globo, mostraram o torneio.

Copa do Mundo Feminina de 2015

Para a Copa do Mundo Feminina de 2015, a Fifa aumentou de 16 para 24 o número de seleções participantes. A mudança já havia sido cogitada para o Mundial de 2011. No entanto, à época, a entidade entendeu que a alteração afetaria a qualidade técnica dos jogos.

Apesar de mais times na disputa da competição, o formato do torneio permaneceu o mesmo. Ou seja, com as equipes divididas em grupos de quatro integrantes, sendo que as duas melhores seleções de cada chave avançaram às oitavas de final.

Seleção dos Estados Unidos levanta o troféu da Copa do Mundo Feminina de 2015 – Reprodução / U.S. Soccer

Com 20 jogos a mais para serem disputados, o público total do evento foi o maior de todos os tempos. Ao todo, 1.353.506 pessoas estiveram nas arquibancadas. Mas, apesar disso, a média por partida ficou em apenas 26.029 torcedores, o que mostra que a quantidade de confrontos foi um fator determinante para o evento bater o recorde.

Em 2015, a Copa do Mundo Feminina foi transmitida para 188 territórios, segundo um relatório técnico da Fifa sobre o evento. No Brasil, os canais TV Brasil e Band, na TV aberta, além do Sportv, na TV por assinatura, exibiram a competição.

Para o Mundial Feminino de 2015 a Fifa ainda implementou a tecnologia da linha do gol, mecanismo que mostra se a bola de fato entrou ou não no gol. Vale destacar que o recurso já tinha sido usado na Copa do Mundo Masculina de 2014, realizada no Brasil.

Com relação aos patrocinadores, Adidas, Coca-Cola, Hyundai Motor Group e Visa foram os parceiros da Fifa no evento, enquanto as empresas canadenses Bell, de telecomunicações, e Labatt, de cerveja, adquiriram as cotas de patrocínio nacional do torneio.

Copa do Mundo Feminina de 2019

A oitava edição da Copa do Mundo Feminina, realizada na França, em 2019, teve a maior audiência da história do torneio. No total, 1,12 bilhão de pessoas acompanharam os jogos do Mundial. Apenas a final teve um alcance de mais de 82 milhões de espectadores, o maior de todos os tempos para uma partida da competição.

Vale destacar que o duelo entre França e Brasil, pelas oitavas de final, chegou a superar o então recorde de audiência do torneio, que pertencia à final da Copa do Mundo Feminina de 2015, ao atingir mais de 58 milhões de espectadores ao redor de 21 países.

Duelo entre Brasil e França pela Copa do Mundo Feminina de 2019 foi assistido por mais de 58 milhões de pessoas – Lucas Figueiredo / CBF

Em termos de cobertura da mídia, o evento foi transmitido para 205 territórios. No Brasil, Globo e Band mostraram a competição na TV aberta, enquanto Sportv e BandSports transmitiram na TV fechada. 

Cerca de 1,13 milhão de pessoas estiveram nos 52 jogos do Mundial, o que gerou uma média de 21.756 torcedores por partida. 

Adidas, Coca-Cola, Hyundai Motor Group, Qatar Airways, Visa e Wanda Group foram os parceiros da Fifa no evento. Já Arkema, Crédit Agricole, EDF, Orange, Proman e SNCF compraram as cotas de patrocínio nacional à Copa do Mundo Feminina.

Assim como na edição masculina de 2018, na Rússia, o Mundial Feminino disputado na França também marcou a estreia do VAR na competição. Com isso, a Fifa seguiu com a estratégia adotada em 2015, quando implementou a tecnologia da linha do gol na Copa do Mundo Feminina, um ano após inserir o recurso na versão masculina do torneio.

Copa do Mundo Feminina de 2023

Para a Copa do Mundo Feminina de 2023, que acontecerá entre 20 de julho e 20 de agosto, a Fifa trouxe uma série de novidades. Uma delas é que a competição será sediada em dois países, Austrália e Nova Zelândia, pela primeira vez desde a estreia do evento, em 1991.

A quantidade de seleções participantes também mudou. A entidade máxima do futebol decidiu aumentar de 24 para 32 o número de equipes que brigarão pelo título do Mundial neste ano. Essa alteração ainda deve trazer um público recorde para a Copa, uma vez que serão disputadas 12 partidas a mais em comparação com a última edição do torneio.

Bola oficial da Copa do Mundo Feminina 2023 – Divulgação / Fifa

Em termos de bilheteria, a Fifa divulgou, em junho, que havia vendido mais de 1 milhão de ingressos para o torneio. A meta da entidade é conseguir comercializar pelo menos 1,5 milhão de entradas.

Outra novidade é que a Copa do Mundo Feminina terá um plano de legado pela primeira vez na história. O objetivo do programa é desenvolver tanto o futebol feminino quanto o papel das mulheres nos países-sede e aproveitar a visibilidade que a competição trará para fazer a diferença.

No marketing, o torneio conta com 12 marcas distribuídas em algumas categorias. Adidas, Coca-Cola, Hyundai Motor Group e Wanda Group são os parceiros da Fifa, enquanto Visa e Xero, os da Copa do Mundo Feminina. 

Além disso, AB Inbev, Algorand, Globant, Mengniu, McDonald’s e Unilever são os patrocinadores oficiais da competição. A Fifa também vendeu cotas regionais de patrocínio para o evento.

Por último, com relação à cobertura da mídia, a Fifa comercializou os direitos de transmissão do evento para 189 territórios, segundo um documento oficial da entidade, divulgado no último dia 5 de julho. 

No Brasil, Globo (TV aberta), Sportv (TV fechada), Cazé TV (YouTube) e Fifa+ (streaming) exibirão o torneio. A Rádio Transamérica também adquiriu os direitos para transmitir a competição no rádio.

*Estagiário da Máquina do Esporte, sob supervisão de Adalberto Leister Filho

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