Microsoft finaliza, enfim, aquisição da Activision Blizzard por US$ 75 bilhões

Microsoft adquiriu Activision Blizzard por impressionantes US$ 75 bilhões - Reprodução / X (@microsoft)

Microsoft adquiriu Activision Blizzard por impressionantes US$ 75 bilhões - Reprodução / X (@microsoft)

Após quase dois anos de negociação, a Microsoft concluiu com êxito a aquisição da Activision Blizzard por um montante de US$ 75 bilhões (equivalente a R$ 376 bilhões, na cotação atual). O negócio é considerado o maior já registrado na indústria de jogos. Porém, antes de ser definido, enfrentou uma série de obstáculos envolvendo concorrentes e órgãos reguladores dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Em abril, a Autoridade de Competição e Mercado (CMA, na sigla em inglês), órgão britânico responsável por regular a competição nos mercados, impediu o prosseguimento do negócio, alegando que o acordo minaria a inovação de empresas emergentes, prejudicando a concorrência.

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), que já havia se manifestado contra o acordo em 2022, tentou barrar o trato no mês passado, mas com o sinal verde da CMA, não pôde prosseguir com o processo. 

Neste cenário, a Microsoft precisou recorrer e apresentar contrapartidas nos tribunais para que o acordo pudesse ser concluído.

Ubisoft entra no jogo

Após negociação intensa, uma nova versão do acordo, aprovada pelo órgão regulatório britânico, incluiu a Ubisoft como beneficiária de todos os direitos de streaming para todos os jogos já lançados e os futuros títulos da Activision Blizzard pelos próximos 15 anos.

Foi necessário incluir a desenvolvedora francesa na resolução para aliviar preocupações das autoridades britânicas relacionadas à concorrência.

Mobile

Após ceder direitos para a Ubisoft, a Microsoft argumentou que “o mercado de jogos em nuvem não era fundamental para o acordo”. O principal objetivo da empresa com a aquisição era expandir o portfólio do Xbox Game Pass, seu serviço de assinatura de jogos, e, mais importante, sua presença no mercado de jogos para celular, território que a big tech norte-americana, de fato, não domina.

Não por acaso, um dos principais ativos que interessava à Microsoft era a King, que faz parte do portfólio da Activision e é desenvolvedora do jogo Candy Crush. Executivos da Microsoft afirmaram que essa aquisição era crucial para competir com a Apple e o Google no mercado de aplicativos.

Pelo acordo, a Microsoft também adquiriu uma variedade de franquias de jogos de sucesso, incluindo Call of Duty, Diablo, Warcraft, Overwatch, Tony Hawk’s Pro Skater, Guitar Hero e Crash Bandicoot. No entanto, os assinantes do Xbox Game Pass terão que aguardar para acessar esses títulos, já que serão adicionados ao serviço de assinatura ao longo do próximo ano.

Salto de valoração

De acordo com a classificação da consultoria Newzoo, a Microsoft e a Activision Blizzard eram a quarta e a sétima maiores empresas, respectivamente, de jogos com ações públicas em termos de receita. 

Ao combinar suas receitas (US$ 3,15 bilhões da Microsoft e US$ 2,26 bilhões da Activision Blizzard), elas alcançam a segunda posição na classificação, ultrapassando a Apple (US$ 3,68 bilhões) e a Sony (US$ 4,38 bilhões) e ficando atrás apenas da empresa chinesa Tencent (US$ 7,56 bilhões). 

Por sua vez, a Sony, concorrente direta da Microsoft no mercado de consoles, foi a principal opositora da aquisição e trabalhou ativamente com os órgãos regulatórios e nos tribunais para bloqueá-la. Para acabar permitindo o desfecho da negociação, a Sony assegurou um acordo para a publicação de jogos da série Call of Duty em sua plataforma pelos próximos 10 anos.

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