Libra fica próxima de acerto após nova proposta da Mubadala

Dirigentes da Libra posam após Assembleia Geral do grupo - Divulgação

Dirigentes da Libra posam após Assembleia Geral do grupo - Divulgação

Os clubes fundadores da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) estão próximos de fecharem um acordo para serem sócios do fundo de investimentos Mubadala. O negócio foi proposto pelo fundo soberano de Abu Dhabi e, finalmente, fez com que os clubes se interessassem por uma união para vender direitos comerciais sobre a Série A do Brasileirão.

A Mubadala propôs criar em sociedade com os clubes uma agência que ficará responsável pela venda de direitos de mídia dos times da Libra que disputarem a Série A do Campeonato Brasileiro. A proposta foi revelada pela Globo.com e confirmada pela Máquina do Esporte com fontes ligadas aos clubes.

Nessa empresa, os clubes ficariam com 50% do negócio, enquanto o fundo teria os outros 50%. A agência teria exclusividade por 25 anos (até 2049) na negociação dos direitos de mídia dos clubes e, pela proposta apresentada, a Mubadala ficaria com uma série de obrigações para com os clubes.

Mínimo garantido à Libra

A primeira obrigação, que mais seduz as equipes, é de que será pago um valor mínimo como garantia do contrato de TV do Brasileirão. Será assegurado o pagamento mínimo de R$ 1,4 bilhão por temporada, se houver nove clubes da Libra na Série A do Brasileirão.

LEIA MAIS: Flamengo se recusa a vender direitos comerciais a investidores e “trava” Libra

Esse valor foi estipulado depois dos clubes negociarem com o Grupo Globo um eventual contrato em conjunto para o próximo triênio (de 2025 a 2027). A empresa sinalizou que estaria disposta a pagar R$ 1,3 bilhão por temporada aos clubes que atualmente estão na Série A (são nove) pelos direitos de TV aberta, fechada e pay-per-view.

Modelo de negócio

Outro ponto que agrada os clubes é o fato de que o projeto envolve a criação de uma agência, e não a sociedade da Mubadala sobre as receitas de mídia das agremiações. Inicialmente, o fundo havia proposto comprar 20% dos direitos de mídia dos clubes por 50 anos, projeto que causou bastante desunião entre os dirigentes.

O impasse começou a virar preocupação depois que o Forte União, grupo que reúne 25 equipes dissidentes da Libra, fechou a venda de 20% de seus direitos comerciais do Brasileirão por 50 anos, contados a partir de 2025, pela quantia de R$ 2,6 bilhões para os fundos Life Capital Partners (LCP), XP Investimentos e General Atlantic.

O movimento dos fundos e dos clubes gerou uma ruptura na Libra, já que muitos dirigentes, precisando de dinheiro, estavam começando a pender para o lado do Forte União. A nova proposta da Mubadala, porém, freou essa debandada e reaqueceu a formação do bloco comercial.

A Mubadala também deixou claro, na nova proposta aos clubes, que não terá participação sobre as demais receitas comerciais além da TV. Isso permitirá que eles vendam negócios maiores, via agência, e ampliem seus faturamentos.

Retorno sobre o investimento

O projeto também estipulou que, no primeiro contrato de mídia a ser fechado pela agência, a Mubadala não receberá qualquer receita. A investidora só passará a ficar com 5% do faturamento bruto da agência a partir do quarto ano de existência da empresa. Depois disso, o fundo terá retiradas parciais para compensar o investimento feito para a formação da agência.

A ideia, com isso, é fazer com que os 18 clubes da Libra possam chegar a um consenso e passem a negociar em bloco os seus direitos de mídia. Ainda sem uma definição, a aposta dos dirigentes é de que a Libra terá maior poder sobre a receita da Série A, já que o grupo representa alguns dos clubes de maior torcida do país, como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, os quatro mais populares do Brasil. No Brasileirão de 2024, estarão em campo 11 clubes da Liga Forte União e outros 9 clubes da Libra.

Sair da versão mobile