Athletico-PR, LiveMode e investidoras tomam a frente em negociação de direitos de TV da LFU

Goleiro Matheus Donelli (à esq.) segura a bola durante o duelo contra o Palmeiras - Rodrigo Coca / Agência Corinthians

A Liga Forte União (LFU) resolveu centralizar com um seleto grupo as negociações de venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro do bloco de clubes para o ciclo que irá de 2025 a 2029. Por enquanto, a LFU não tem nenhum contrato fechado, nem divulgou quais players já teriam conversado com o grupo.

O grupo é formado por Alexandre Leitão, CEO do Athletico-PR, João Leitão, que representa os investidores da LFU, como Life Capital Partners (LCP) e XP Investimentos, e um representante da LiveMode, normalmente Edgar Diniz, sócio da agência que negocia os direitos de mídia do Forte União.

João Leitão foi uma escolha de Carlos Gamboa, sócio da LCP. Já Alexandre Leitão, nomeado principal executivo do Furacão em janeiro, foi uma escolha dos clubes. Com experiência de ter ocupado o cargo de CEO do Orlando City entre 2015 e 2022, o executivo já conta com experiência de ter atuado em outra liga de clubes, a MLS (Major League Soccer) dos Estados Unidos.

Corinthians

Foi esse grupo que apresentou a proposta ao Corinthians para se juntar ao Forte União. Com finanças em um momento frágil, o clube paulista ganhou o direito de receber um adiantamento de R$ 150 milhões para assinar com a LFU.

Desse montante, R$ 25 milhões foram pagos no ato de assinatura do contrato. O restante será desembolsado em até 30 dias pela XP Investimentos. Esse valor será quitado integralmente com a negociação dos direitos de TV do Brasileirão pelos próximos cinco anos.

No primeiro ano, o Corinthians não pagaria juros sobre esse valor. A partir do segundo ano há correção pelo CDI mais 3%.

Há duas possibilidades, porém, que fariam com que o adiantamento dado ao Corinthians se tornasse um empréstimo. Caso os clubes da LFU arrecadem menos de R$ 1,7 bilhão por ano com os direitos de mídia do bloco comercial (estimativa da LiveMode) ou o Timão caia para a segunda divisão.

No momento o risco é alto, já que o Corinthians conta com apenas uma vitória no Campeonato Brasileiro e está em penúltimo lugar, com 9 pontos em 13 jogos. Em crise após a derrota para o Palmeiras por 2 a 0 no dérbi disputado na segunda-feira (1º), no Allianz Parque, o Corinthians demitiu o técnico Antonio Oliveira nesta terça-feira (2).

Por outro lado, entre os dirigentes dos clubes membros da LFU, a chegada do Corinthians foi considerado um trunfo importante para que a arrecadação com direitos de TV cresça para o grupo. Com o time do Parque São Jorge no bloco, o Forte União conta hoje com 12 equipes na elite do Brasileirão.

“A expectativa era boa. Com o Corinthians, melhor”, resume o presidente de um dos clubes da LFU.

Libra

A saída do Corinthians, por outro lado, deixa a Libra mais fragilizada. O bloco de clubes terá um desconto de 10% no contrato assinado com a Globo para todas as plataformas pelo próximo ciclo do Brasileirão. Pior: caso o grupo não tenha nove clubes no Campeonato Brasileiro de 2025, haverá mais um desconto, de 11% sobre o valor que será desembolsado pela Globo.

Hoje, a Libra perderia um time na Série A (Grêmio) em 2025, mas ganharia outro (Santos), que chegou ao G4 da Série B. Nessa configuração, a LFU continuaria dominando a primeira divisão em número de times, já que perderia três (Atlético-GO, Corinthians e Fluminense) e subiria outros três (Avaí, América-MG e Operário-PR).

Lógico que até o final do ano haverámuito sobe e desce nas duas divisões do Brasileirão. No entanto, sem o Corinthians, a posição da Libra ficou ainda mais frágil, embora o grupo ainda conte com clubes de grande torcida, como Flamengo, Palmeiras e São Paulo.

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