O fã de tênis que ficou um pouco ausente da modalidade nos últimos meses e decidiu voltar a acompanhar com firmeza deve tomar um susto ao olhar para o ranking masculino. O trio que dominou o esporte nas últimas duas décadas dá sinais claros de que a força está chegando ao fim.
Roger Federer se aposentou em setembro do ano passado, aos 41 anos. Rafael Nadal, de 36 anos, saiu do Top 10 pela primeira vez nos últimos 18 anos nesta semana. E Novak Djokovic, de 35 anos, com questões relativas à vacina contra Covid-19, está deixando de jogar alguns torneios e perdeu o posto de número 1 do mundo mais uma vez.
Ao mesmo tempo, uma nova geração (que também conta com alguns tenistas não tão jovens assim) vem demonstrando qualidade. Aos 19 anos, o espanhol Carlos Alcaraz é o número 1 do mundo. Além dele, vale destacar diversos outros nomes, como o russo Daniil Medvedev (27 anos), o alemão Alexandre Zverev (25 anos), o norueguês Casper Ruud (24 anos), o grego Stefanos Tsitsipas (24 anos), o italiano Matteo Berrettini (26 anos), o também italiano Jannik Sinner (21 anos) e o canadense Félix Auger-Aliassime (22 anos), entre outros.
Todos eles estão ou já estiveram no Top 10 do ranking mundial, ou seja, são um sucesso dentro de quadra. No entanto, ainda precisam evoluir muito quando o assunto é o digital. Nas redes sociais, a goleada do “Big Three” é estrondosa.
No Instagram, o líder é Rafael Nadal, com 18 milhões seguidores, seguido por Novak Djokovic (12,4 milhões) e Roger Federer (11,3 milhões). Para se ter uma ideia, qualquer um dos três possui mais seguidores do que os perfis dos quatro Grand Slams somados (10,7 milhões).
Entre os demais jogadores, o que chega mais perto é o australiano Nick Kyrgios, de 27 anos, considerado um talento nato pelos especialistas, mas que acaba sendo mais conhecido no circuito por ser uma espécie de “bad boy”, com 4 milhões de seguidores. O Top 5 é completado por Carlos Alcaraz, atual líder do ranking, com apenas 2,2 milhões de seguidores.
Quando o assunto é o Twitter, a diferença ainda é mais gritante. Nadal lidera novamente, com 15,7 milhões de seguidores, seguido por Federer (12,8 milhões) e Djokovic (9,2 milhões). Em quarto, aparece outro representante da “velha guarda” e ex-número 1 do mundo, o escocês Andy Murray, de 35 anos, com 3,5 milhões. O primeiro dos mais novos a aparecer e que fecha o Top 5 é novamente Nick Kyrgios, com apenas 612 mil seguidores. Número 1 do ranking, Carlos Alcaraz tem apenas 464 mil seguidores.
Para se ter uma ideia de como o resultado dentro de quadra parece influir pouco nessa nova geração com relação ao crescimento digital, o russo Daniil Medvedev, que liderou o ranking pela primeira vez em fevereiro de 2022, quebrando uma hegemonia de 18 anos de Federer, Nadal, Djokovic e Murray no topo, tem apenas 1 milhão de seguidores no Instagram e meros 292 mil no Twitter.
Tênis brasileiro
No Brasil, mesmo aposentado há 15 anos, o ex-número 1 do mundo Gustavo Kuerten lidera as estatísticas digitais, com 571 mil seguidores no Instagram e 1,7 milhão no Twitter. Ex-número 1 do mundo de duplas, Marcelo Melo possui 79 mil seguidores no Instagram e 43 mil no Twitter. Recém-aposentado, o também duplista Bruno Soares tem 73 mil no Instagram e 53 mil no Twitter.
Entre os especialistas em simples, o ex-jogador Fernando Meligeni conta com 147 mil seguidores no Instagram e 208 mil no Twitter. Fino, como é conhecido no universo do esporte, está investindo na carreira de produtor de conteúdo sobre tênis e, com posts diários, já tem mais de 88 mil seguidores no LinkedIn. O também recém-aposentado Thomaz Bellucci, dono do segundo melhor ranking da história do tênis nacional em simples (21º do mundo), tem 44 mil seguidores no Instagram e 34 mil no Twitter.
Por fim, o atual número 1 do Brasil em simples, na 81ª posição do ranking mundial, o cearense Thiago Monteiro tem apenas 51 mil seguidores no Instagram e meros 6,8 mil no Twitter.