Por rejuvenescimento, CBV quer lançar NFT e colecionáveis digitais, e planeja se tornar marketplace do vôlei

Valentim e Brisa foram os nomes escolhidos em uma votação on-line para as mascotes do Troféu Viva Vôlei - Divulgação

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) pretende utilizar a parceria comercial anunciada em setembro com a Bet7k para o lançamento de ativos que ajudem a rejuvenescer a imagem da modalidade no país. A ideia da entidade é dialogar diretamente com a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010).  

“Estamos muito animados com as ativações com a Bet7k. Pretendemos lançar em conjunto com eles NFTs e figurinhas digitais. Já temos os cards dos jogadores no Cravada [fantasy game da Superliga], mas vamos tornar isso colecionável, trazendo experiências exclusivas com atletas e clubes da Superliga”, contou Henrique Netto, diretor comercial, de marketing e negócios da CBV, em entrevista à Máquina do Esporte.

Para dialogar com o público jovem, a confederação lançou o aplicativo do Cravada para dispositivo Android e desenvolve uma versão para iOS. Outra iniciativa com esse ativo será o lançamento de uma versão paga, que fornecerá estatísticas e informações para ajudar o torcedor a aumentar sua pontuação no game.

“A ideia é falar com a molecada, que não tem paciência para assistir a cinco sets. Hoje, a segunda tela é uma realidade. Temos que falar com esse público”, enfatizou o executivo.

Mudança de parceiro

Antes de firmar um acordo com a Bet7k, a CBV fez uma jogada ousada. A confederação decidiu não renovar com a 1xBet, patrocinadora da última Superliga. A casa de apostas chegou a oferecer um novo contrato com reajuste de 20% nos valores, mas a proposta foi rejeitada.

A entidade queria uma parceria mais ampla, que englobasse outras propriedades, como as Superligas A, B e C, o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, a Copa Brasil, a Supercopa e ainda a seleção brasileira.

“A questão não era só de branding e financeira, mas estratégica. No caso da Bet7k, mais do que uma empresa de apostas, há um foco na gamificação. Eles são desenvolvedores de jogos no mundo inteiro. É uma empresa que fala com o público jovem, que temos dificuldade de conversar”, reconheceu Henrique Netto.

Logotipo da Superliga foi remodelado para destacar os 30 anos do evento, que neste ano conta com os naming rights da Bet7k – Divulgação

Com a Bet7k, que entre outras propriedades adquiriu os naming rights da Superliga, a ideia da CBV é tornar seu fantasy game mais atraente com a ajuda do seu novo parceiro comercial.

“Quando analisamos a proposta deles, veio ao encontro de termos preocupações semelhantes. Eles atendiam a vários requisitos que, para a gente, eram importantes”, revelou o dirigente.

Uma iniciativa recente de engajamento foi realizar uma votação on-line para escolher os nomes das mascotes do VivaVôlei, projeto social da CBV que batiza o troféu dado ao melhor jogador de cada partida da Superliga. No final, Valentim e Brisa foram os nomes escolhidos para o casal que agora aparece no prêmio.

Patrocínios

Outra novidade é a chegada da fabricante de óculos Fuel como patrocinadora da Superliga. A ideia é lançar, em janeiro, uma linha de óculos, tanto de sol como de grau, com a temática do vôlei para comercialização no e-commerce da CBV, lançado neste ano, nas lojas da marca e em quiosques nos ginásios dos clubes que jogam a Superliga.

Além da Fuel e da Bet7k, a Superliga conta com patrocínio de Banco do Brasil (BB), Riachuelo (por meio de sua marca esportiva BodyWork), Gol, Mikasa (fornecedora de bolas), Unicesumar e Ortobom.

“Hoje, a Superliga tem maior flexibilidade para exposição de patrocinadores dos clubes, sem muito bloqueio. Por muitos anos, o BB não permitia outro banco anunciando na quadra. Agora permite. Temos o BRB em Brasília, o Bradesco em Osasco”, exemplificou.  

Camisa da seleção

Outra iniciativa será o lançamento de um segundo lote de camisas da seleção brasileira. O primeiro lote, lançado no final de setembro, pouco antes do Pré-Olímpico Masculino de Vôlei, esgotou-se rapidamente.

“Foi um sucesso de vendas. Os artigos esgotaram em poucos dias. A Riachuelo foi muito conservadora na primeira fornada. Como não é uma empresa de material esportivo, eles precisavam de um termômetro de como funcionaria isso”, afirmou Henrique Netto.

“Poderiam ter sido um pouco mais ousados. Havia muita demanda reprimida para a compra da camisa oficial da seleção brasileira de vôlei”, acrescentou.

No momento, a Riachuelo prepara uma segunda leva do uniforme, ainda sem data de lançamento. A CBV ainda planeja lançar um novo uniforme, que será utilizado pela seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

“Isso deve ficar pronto às vésperas das Olimpíadas”, disse o executivo.

Por questões contratuais com a Riachuelo, o uniforme da seleção foi comercializado exclusivamente no site da empresa e em flagships da marca nas principais capitais brasileiras. A loja oficial da CBV não vendeu o item. A ideia, para 2024, é que o e-commerce da confederação se torne um marketplace do vôlei.

“Vamos oferecer a oportunidade para que todo mundo que tiver algum comércio eletrônico relacionado ao vôlei possa plugar na gente. A ideia é tratar melhor nosso consumidor, oferecendo alternativas, canais. Queremos desbravar o B2C [comércio entre empresa e consumidor], falar com o cliente final, o fã”, explicou Henrique Netto.

“A CBV tem muito relacionamento B2B [comércio entre empresas]. Queremos dar ao fã de todo o Brasil acesso aos produtos que ele quiser, tentando reunir tudo em um lugar só”, finalizou.  

Sair da versão mobile