Futebol também é coisa de menina

Seleção da Inglaterra fará a final da Copa do Mundo Feminina 2023 contra a Espanha - Reprodução / Twitter (@FIFAWWC)

No mês passado, falei sobre o desafio das meninas no mundo dos games e a importância da educação para que possamos transformar a crença cultural de que “game é coisa de menino” e passar a acreditar que “o universo dos games é para todos”.

Mas o desafio não se restringe aos games. Aproveitando o hype do momento, vamos falar do futebol, esporte mais popular do mundo, que sempre foi “esporte de menino”. A primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 1991, aconteceu mais de 60 anos depois da primeira Copa do Mundo de Futebol Masculino e demorou mais de 30 anos (2023) para ser realmente abraçada pelo público, com recordes de audiência dentro e fora dos estádios.

No Brasil, país do futebol, as diferenças não ficam para trás. Foi na década de 1990 que grandes times brasileiros começaram a investir no futebol feminino, mas somente em 2007 tivemos a primeira Copa do Brasil de Futebol Feminino. E ainda hoje, vemos pouco incentivo na base. Na minha opinião, o que falta é as escolas (educação) abraçarem o futebol como um esporte para todos.

Roberta Coelho foi a convidada do Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte, na última terça-feira (15)

Por um lado, fico triste, mas por outro, feliz, em ver que estamos evoluindo. Atualmente, temos mais campeonatos, grandes grupos de mídia transmitindo esses campeonatos em todas as plataformas, mais marcas interessadas e realizando patrocínios, e um público que acompanha e cobra igualdade. Isso aumenta os salários, o interesse das meninas por participarem do esporte e o investimento na profissionalização. Uma bola de neve do bem.

Toda essa questão mostra que, quando falamos de mudanças culturais, precisamos ser resilientes, porque elas não acontecem da noite para o dia. A transformação é lenta, um trabalho “de formiguinha”, mas com resultados recompensadores para toda a sociedade.

Seguimos investindo e acreditando. Se cada um fizer um pouquinho, teremos uma sociedade mais igualitária e justa.

Roberta Coelho é CEO da equipe de e-Sports MIBR e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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