R$ 30 milhões para entrar com o time em campo, mas e os jogadores?

Segmento segue com a tendência de mais do que dobrar de tamanho de um ano para outro desde 2020 - Reprodução

O tão esperado texto do projeto de lei (PL) que regulamenta o mercado de apostas esportivas e jogos on-line foi aprovado em Brasília (DF), na última sexta-feira (22), como bem destacou esta matéria da Máquina do Esporte.

Agora, o texto final será encaminhado para o presidente Lula e poderá ser aprovado como um todo ou com vetos no prazo de 15 dias.

Ou seja, de fato o jogo está cada vez mais próximo de começar. Só que, para colocar o time em campo, cada empresa terá que pagar uma licença de R$ 30 milhões para utilização de até três marcas no período de cinco anos.

E aí eu já destaco um grande fator que fará com que o mercado fragmente-se para um cenário bastante positivo.

É notório, por quem acompanha o mercado, que o esporte brasileiro está infestado de empresas de apostas. A todo momento surge uma nova comprando ativos e influenciadores sem sequer ter uma estrutura, inteligência de negócio e gestão por trás.

A partir do momento que a lei é aprovada, separaremos as empresas que realmente querem fazer do mercado de apostas um negócio, daquelas que embedaram um nome qualquer nessas plataformas “White Label” para lavagem de dinheiro e outras coisas desse tipo.

Dessas diversas que surgiram nos últimos anos, qual terá capacidade de investir R$ 30 milhões? Segundo Brasília, 143 empresas demonstraram interesse.

Porque é como eu falei: R$ 30 milhões é só pra entrar em campo. Mas a empresa precisará de atletas (ativos) para patrocinar. Uma coisa é colocar R$ 30 milhões em um clube e ter tudo que um clube oferece de contrapartida: ampla visibilidade, relacionamento, experiências e muito mais. Outra coisa é pegar R$ 30 milhões do seu caixa e colocar em um fundo falso do Governo Federal, com retorno zero.

Com R$ 30 milhões você entra em campo, mas e os jogadores?

Serão necessários muitos outros milhões para compra de ativos, montagem de equipe, custos administrativos e, sem dúvida, investimento em ativações. De nada adiantará pagar a licença, se a empresa não tiver uma capacidade grande de investimento em ativos que façam essa empresa ganhar notoriedade. Clubes, eventos, influenciadores, ex-atletas, seja o que for, o jogo é bruto, e a disputa por cadastro será cada vez mais acirrada. As gigantes americanas ainda nem chegaram ao Brasil.

Por isso, estou muito animado com a aprovação do texto. Imagino que as grandes empresas ficarão ainda maiores e as pequenas deixarão de existir ou operarão no mercado negro.

Agora é esperar para ver se é realmente isso que vai acontecer.

Última coluna do ano, aproveito pra agradecer o carinho de todos que me acompanharam e desejar Boas Festas e um 2024 abençoado e mais do que especial na vida de cada um que passou por aqui!

Valeuuuuuuu!

Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência de marketing esportivo especializada em intermediação e ativação no esporte, que conecta atletas e personalidades esportivas a marcas, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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